O Blog Farias Brito foi criado para divulgar informações relevantes, atualidades, eventos e registros históricos de interesse dos filhos da terra
terça-feira, 26 de fevereiro de 2008
Fotos pelo Brasil #1 - Poços de Caldas / MG
Como atrações principais há o: Thermas Antônio Carlos, Recanto Japonês, Cristo Redentor, Fonte dos Amores, Relógio e Calendário Floral, além de praças, fontes e monumentos muito bonitos.
Dependendo da época do ano, pode-se chegar a temperaturas de até 6 graus celsius. Com certeza é uma cidade que vale a pena visitar. Muito aconchegante, com pessoas bastante educadas e com um pãozinho de queijo que só há em minas gerais.
Não deixe de tomar o café da manhã nas inúmeras padarias que há na cidade e visitar os atrativos turísticos da cidade. Abaixo seguem algumas fotografias da cidade:
Por Yuri Lacerda
Enquete - Só faltam dois dias para votar
estamos ao final de mais uma enquete do nosso site. Esta tem o objetivo de saber dos farias britenses da área que eles acham que está precisando ser feito na cidade. Divulgue para os conterrâneos participarem no último dia de votação, atualmente a enquete está com a seguinte prévia:
Infra-estrutura | 7 (17%) |
Educação | 6 (15%) |
Saúde | 1 (2%) |
Esporte e Lazer | 0 (0%) |
Cultura | 23 (58%) |
Projetos Sociais | 2 (5%) |
domingo, 24 de fevereiro de 2008
Foto da Semana #7
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008
Definidas as datas das Vaquejadas do Parque Silva Antero em 2008
Vaquejada de Inverno:
Atenção, nova data: 18, 19 e 20 de Abril de 2008
Atrações: Arreio de Ouro, Caninana do Forró, Forró do Muído e outras bandas.
Grande Vaquejada de Setembro:
Atenção, nova data: 19, 20 e 21 de Setembro de 2008
Dê a sua sugestão nos comentários a respeito do que você gostaria que fosse melhorado nas vaquejadas de Farias Brito e quais atrações você gostaria de ver.
Previsão do Tempo
Foto do Dia - 21 / 02 / 2008 - Por Yuri Lacerda
Apresentação dos Irmãos Aniceto no I Festival de Rock Cordel do BNB - Juazeiro do Norte - CE
Foto: Yuri Lacerda
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
Os Heróis da Minha Infância
O sertão é povoado de heróis.
Em meus tempos de menino vi a fulô do mandacaru fulorar na seca, vi o avoar do carcará que é bicho danado, rei dos céus. Dona Das dores pegou pra mais de duzentos meninos na porta do nascimento, com a ajuda de Nossa Senhora do Bom Parto e Padim Ciço. Pegou-me também, numa manhã de outubro escaldante. A benção, mãe Das dores! era cumprimento obrigatório, sem enxerimento. O carcará é rei dos céus do sertão e pega menino pequeno que se aventura nos monturos. Mãe Das dores perdeu pra mais de dez rebentos pro carcará, ela dizia. Xô, bicho malvado, xô. Tem que botar sarro de cachimbo no umbigo que é pra sarar logo, mas também pra espantar o bicho do céu, ave de rapina. A coruja rasga-mortalha vem primeiro e dar o aviso de morte, depois o cachorro agoura uivando, confirmando a desgraça, aí o carcará vem e carrega o distraído. Cruz credo!
Cresci assim, respeitando essas coisas de sabedoria infinita, vendo surgir meus heróis do sertão. O sertão pariu Virgulino e Cego Aderaldo, Patativa e Vitalino, Gonzagão e Normando, Abidoral e Dihelson. Padim Ciço ta lá, de olho espichado vendo tudo, dando proteção ao sertanejo e inspiração a nossos ídolos.
Vi tempo brabo acolá, o chão se adubando de anjinhos, a fulô do cacto enfeitando o torrão, soberana e solitária. Assim cresci naquele solo poderoso, vivi minha adolescência e meus heróis.
Uma Patativa cantava lá pros lados do Assaré, a Asa Branca de Exu voava nos céus do Brasil. Vicelmo dava noticias do sul, sem sofisma e sem fantasias. Pra mim o mundo era só um torrão rachado como os pés do sertanejo, uma terra agonizante implorando água. Tio Chico Recanto, o profeta, dizia coisas ruins daqueles anos, ele via no sereno da madrugada. O velho recomendava reza para desfazer suas adivinhações. Tinha reza nas novenas de maio, sem a presença do santo carpinteiro, este padecia de cabeça pra baixo em algum cativeiro de beata, que era pra dar chuva. Eu ia às novenas sem interesse nas rezas, trajando minha única camisa azul de volta-ao-mundo, pés descalços, quase já me pondo homem. Queria mesmo era ouvir as cantigas dos Benditos, os hinos católicos que as mulheres entoavam em coro. E aquele espetáculo de vozes à capela, nas noites de novenas, ainda enchem os ouvidos das minhas lembranças. Ali eu assisti meus primeiros concertos musicais. Depois do show voltava para casa, esquecido da falha no meu compromisso de reforçar a súplica por chuva, deslembrado da fome, cantarolando em sussurro os benditos que minha memória desarranjada teimava em não decorar.
Os dias brancos iam e vinham, quentes, bafejando mormaço, dando relâmpagos lá no canto do poente, enganando o sertanejo com promessas inúteis. Tio Chico, o profeta, aconselhava reza, eu não rezava, só assistia ao show das cantadoras das novenas, encantado e sem remorsos, avexado por outra noite.
Vicelmo dava notícias do sul, sem sofisma e sem fantasias, o Governo ia olhar por nós. O mundo era torrão todo rachado e todos os caminhos levavam ao Crato. Eu era um menino do sertão, bicho manso embrutecendo nas capoeiras, com a alma inundada de cantiga de novena, achando que o sertão era do tamanho do mundo, grande e rachado, e todas as águas estavam represadas num tal açude de Óros, que nas conversas de meninos era maior que todos os oceanos juntos.
A poeira dos caminhos, que só davam pro Crato, redemoinhava no vento da boca da noite, levando o Cão no miolo da carrapeta de vento, forçando a gente a fazer o sinal da cruz. E foi num giro de vento desses que chegaram os cantadores repentistas, meus primeiros heróis. Contaram histórias em rimas ligeiras, desafios improvisados, causos de príncipes valentes de reinos mais longe que o Juazeiro. Depois foram embora num vento que deu de madrugada.
E veio o circo São Jorge. O maior circo do mundo, gritava o palhaço se equilibrando em pernas de paus. Nós, os meninos do sertão, seguíamos o nosso novo herói rua afora, fazendo festa, protegendo a marca de carimbo decalcada no dorso da mão, que nos dava direito à entrada grátis. O maior circo do mundo tinha uma lona azul com amarelo, cheia de remendos, e uma equilibrista bonita que ensinava qualquer menino a arte de tragar um cigarro desfiado. Por algumas moedas ainda podia-se ganhar um beijo na bochecha, tudo escondidinho. Depois vinha o melhor que era contar pros outros, apresentar as evidências em manchas de batom encarnado, quanto mais próximo da boca mais inveja causava.
E o circo foi embora prometendo voltar, jamais voltou. Então inventávamos outras vadiagens para esquecer a espera inútil.
O sertão era imenso, a maior de todas as terras. E vinha na poeira dos caminhos os homens de gibão. Tangiam boiadas magras, bebiam cachaça e davam aboios tristes que me faziam querer chorar. Não sei se eram homens, se eram lendas, só sei que amei aqueles seres bárbaros.
A lua mora no sertão e pouco sai de lá para visitar outras terras. Acho mesmo que foi o sertão quem pariu a lua, ou o inverso, porque lá ela se acende como uma coivara em chamas no céu. E se dá aos bichos da caatinga, aos amantes, alumia os caminhos por onde andou Lampião e seu bando de justiceiros. Alumia as calçadas, as ruas, os alpendres, invade as casas na hora de dormir, pelos buracos das paredes de taipas. A lua é intrusa, mãe do sertão, ou filha, parceira do Caipora. E um dia eu descobri que a lua do sertão é o melhor presente que se dar a uma namorada.
E era sob o olhar majestoso da lua que eu ouvia as histórias dos cangaceiros, homens destemidos, mulheres valentes. E no dia seguinte dávamos vida a esses nossos heróis, em nossas brincadeiras de cangaço e volante.
Se aprendia a soletrar o be a ba no cordel, nossa cartilha encantada. Aí o sertão era pequeno pra tanta história bonita. E um dia eu conheci um desses mágicos, que pintavam nossa imaginação com figuras lendárias, Normando Rodrigues, o homem do Quixará.
O sertão ardia feito brasa de angico em fogueira de São João. Não dava chuva, só relâmpagos inúteis no canto do poente. A asa branca do Exu voava suplicando amparo ao povo flagelado, Vicelmo irradiava notícias do sul, outras terras bem longe dali, onde morava o Governo que ia nos acudir. Os irmãos Jamacaru cantavam nossas dores, Patativa cantava nossas dores, Dihelson Mendonça aprendia a ser herói pros meninos de hoje.
Alguns prefeitos da região em 1972
Pesquisando sobre meu avô, ex-prefeito de Farias Brito "Aurélio Liberalino de Menezes" encontrei diversos sites com referências de ruas e listas de prefeitos de várias cidades.
Então como estamos em ano de política, resolvi montar uma lista com os prefeitos de algumas cidades da nossa região eleitos no ano de 1972, a fonte é do site do TRE/CE. Segue abaixo esta lista:
ELEIÇÕES MUNICIPAIS DE 15 DE NOVEMBRO DE 1972
PREFEITOS ELEITOS NO CEARÁ
FARIAS BRITO
AURÉLIO LIBERALINO DE MENEZES - ARENA
CRATO
PEDRO FELÍCIO CAVALCANTI - ARENA 2
VÁRZEA ALEGRE
LOURIVAL FRUTUOSO DE OLIVEIRA - ARENA
JUAZEIRO DO NORTE
MOZART CARDOSO DE ALENCAR - ARENA
BARBALHA
FABIANO LIVÔNIO SAMPAIO - ARENA
ASSARÉ
RAUL ONOFRE DE PAIVA - ARENA
ALTANEIRA
JOSÉ RUFINO DE OLIVEIRA - ARENA 2
NOVA OLINDA
JOSÉ ALVES DE LIMA - ARENA
SANTANA DO CARIRI
MOZART EUDES DE MAGALHÃES - ARENA
ARENA - ALIANÇA RENOVADORA NACIONAL
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
domingo, 17 de fevereiro de 2008
Bom inverno em Farias Brito
Foto da Semana #6
sábado, 16 de fevereiro de 2008
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
Homenagem Póstuma a Zé de Mizim
Por: Welton Rodrigues
Era um cidadão comum como esses que se vê na rua
Falava de negócios, ria, via show de mulher nua
Vivia o dia e não o sol, a noite e não a lua
Acordava sempre cedo (era um passarinho urbano)
Embarcava no metrô, o nosso metropolitano...
Era um homem de bons modos:
"Com licença; - Foi engano"
Era feito aquela gente honesta, boa e comovida
Que caminha para a morte pensando em vencer na vida
Era feito aquela gente honesta, boa e comovida
Que tem no fim da tarde a sensação
Da missão cumprida
Acreditava em Deus e em outras coisas invisíveis
Dizia sempre sim aos seus senhores infalíveis
Pois é; tendo dinheiro não há coisas impossíveis
Mas o anjo do Senhor (de quem nos fala o Livro Santo)
Desceu do céu pra uma cerveja, junto dele, no seu canto
E a morte o carregou, feito um pacote, no seu manto
Que a terra lhe seja leve
E Agora, Zé?
Por: Elmano Rodrigues
A vida é uma viagem sem volta. Sonhamos, criamos,reproduzimos, e continuamos pelas estradas da vida, procurando o nosso porto, onde acreditamos que ficarão plantados nossos atos e realizações.
Nessa longa estrada, vamos fazendo as nossas paradas, que por algum motivo que não planejamos não conseguimos tempo para adimirá-las. Criamos um vácuo, um vazio, e deixamos um sentimento de perda que poucas pessoas tem a capacidade de mensurá-las.
E agora Zé?
Os amigos que ficaram, ainda estão juntando os cacos dessa tua inexplicável estripulia, que nos deixou boquiabertos.
As sementes plantadas um dia serão colhidas, e a tua parte com certeza, te serão entregues, para se certificares, o quanto fostes um bom semeador.
Aqui em baixo, a tua missão foi mais do que bem cumprida. Aí em cima te desejamos sucesso.
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
Fariasbritense obtém título de Cidadão Natalense
Senhores vereadores,
Licença quero pedir,
Espero que sem ferir
Os protocolos, senhores,
Da poesia os valores
Usando, quero expressar.
A felicidade sem par
De todo meu coração
O TÍTULO DE CIDADÃO
Desta Urbe Potiguar.
Nasci num sítio encravado
No sertão do Ceará,
Município,QUIXARÁ,
Cujo nome foi mudado
P’ra lembrar o afamado
Cearense Farias Brito.
E assim ficou escrito
O nome de minha cidade,
Antiga localidade
Que do Crato foi Distrito.
Há vinte anos partia...
Vim p’ra cá servir ao povo,
Fora preciso,de novo,
Minha Terra deixaria,
Traição eu não faria,
Simplesmente eu optei:
Por Natal me apaixonei,
Fixei minha residência
Nesta segunda querência
E não me arrependerei.
Sem negar meu natural,
Quero bem a esta Terra
E até já ‘’faço guerra’’
Se ouvir falar de mal
Da cidade de Natal,
Capital hospitaleira,
Povo de boas maneiras,
Me acolhe fraternalmente,
Cativou-me a boa gente
Desta cidade praieira.
Meu trabalho,todos sabem:
Eu batizo e digo missa,
Prego a paz e justiça,
Um conselho,onde cabe,
No ministério de padre,
A paróquia dirigir,
Por todos a Deus pedir,
E a meu São Sebastião
Que abençoe este rincão,
No presente e no porvir.
No ano setenta e nove,
Um convite recebi,
Resoluto decidi,
Pedir ao bispo que aprove
E o mesmo,então,resolve
Permitir-me incorporar
Numa Força Militar:
Ser Capelão da Marinha,
Glória da Pátria minha,
Uma honra singular.
Sou feliz com meu rebanho
Eu prezo a comunidade,
Que me trata com bondade.
Eu não sou Pastor estranho,
O meu zelo é do tamanho
Do tanto que posso dar
Meu prazer é trabalhar
Na seara do Senhor
Pastoreio com amor
Procuro testemunhar.
Senhores vereadores,
Ser Cidadão Natalense,
Para mim,um cearense,
Eu garanto,meus senhores,
É um dos grandes penhores,
Que me toca a emoção,
Pois já sou de coração,
O que me foi outorgado.
De júbilo ouçam meu brado:
De Natal sou Cidadão.
A Nelsom Freire agradeço,
Também a Bernardo Gama
Que são políticos de fama,
Se acharam que mereço
A distinção em apreço.
Para mim é um dever
Aos demais agradecer,
Edis desta Nobre Casa,
Que a Deus do céu apraza
A todos favorecer.
Cearense e Potiguar
Se entende perfeitamente.
Seja ,talvez,justamente
Pelo que vou relatar:
Escreveu Zé de Alencar
Que um potiguar da gema
Desposou a Iracema,
A índia de Ibiababa,
Raízes que não se acabam,
Nossa amizade é suprema.
Pe.Valdemar F.de Pinho.
terça-feira, 12 de fevereiro de 2008
Solenidade Cívica marca os 50 anos da Coluna da Hora
Coluna da Hora
José Ferreira
Prefeito Dr. José Maria
Banda de Música Municipal
A comunidade estava presente
Manoel Pinheiro de Almeida
Texto: Cícero Menezes
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008
Galeria Cariri - #1 - Por: Yuri Lacerda
Nos últimos dias em um post do Blog do Crato, vi uma frase que achei bastante interessante, lá pelos anos de mil oitocentos e trinta e oito, o naturalista George Gardner escreveu a seguinte frase: "A tarde era das mais belas que me lembra ter visto, com o sol a sumir-se em grande esplendor por trás da Serra do Araripe...". Se este escocês que passara por diversos lugares do mundo estudando a natureza, eu como um cearense que pouco do mundo conheço não posso duvidar dele! :)
Resolvi selecionar algumas fotografias do meu acervo para postar no blog. Não esperem qualidades de profissional nem ângulos maravilhosos, afinal foram tiradas em câmeras amadoras e não tive tempo de realizar nenhum tratamento especial.
Aguardo comentários! Afinal, um Blog não se faz apenas de um lado, mas deve ter sim a participação dos visitantes! Abraços a todos e uma boa terça-feira!
Anoitecer ao pé da Chapada do Araripe
Horto do Padre Cícero
Parada de Onibus Rústica em Santana do Cariri
Ponte de Pedra em Nova Olinda
Luzeiro em noite de Lua cheia no Juazeiro do Norte
Clube Recreativo Granjeiro
Por: Yuri Lacerda
Recordações do Passado - #1
Foto antiga do grande poeta e repentista José Gonçalves. Foi enviada por Cícero Menezes. Seria bom que algum colaborador do Blog escrevesse um texto sobre este grande ícone da cultura fariasbritense.
domingo, 10 de fevereiro de 2008
Foto da Semana #5
Foto: Taciano Pinheiro
Data: 27/01/2008
sábado, 9 de fevereiro de 2008
Visitas de todo o Brasil
Caros visitantes, estamos tendo visitas de diversos lugares do Brasil, inclusive até de outros países como Estados Unidos, França, etc.
Veja no mapinha acima, só no Brasil temos tido viisitas de todas as regiões. Ficamos muito gratos pela quantidade de visita que aumenta diariamente.
Recomende o site para sua família, seus amigos, parentes, etc. Pode ser através do orkut, email ou até de uma conversa! :) Ficamos felizes do sucesso do Blog e contamos sempre com sua presença, seu comentário e contribuições de fotografias, notícias, etc.
Atenciosamente,
Equipe Blog Farias Brito
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008
50 Anos da Coluna da Hora
Sua presença será uma honra para nós.
terça-feira, 5 de fevereiro de 2008
O Mestre da Música Clássica no Sertão Nordestino
Com a morte do Cônego Manoel Feitosa foi provisionado a vigário de Quixará em dezembro de 1945, sendo Pe. Davi seu irmão nomeado seu cooperador.Este já tinha sido seu primeiro vigário.
Nesse período projetaram um santuário em honra à Virgem de Fátima, no alto denominado Moriá.
Posteriormente ,os donatários do terreno concederam que lá fosse construída a Nova Matriz de Nossa Senhora da Conceição em substituição ao Santuário.
Pe. Ágio comemorou o seu Jubileu de Ouro, na Sé Catedral em 18 de dezembro de1993.
A fundação de uma escola rural foi sempre o seu sonho , onde ele pudesse evangelizar, através da música clássica, o povo simples e humilde da zona rural ao sopé da serra do Araripe e esse sonho foi concretizado há mais de cinquenta anos.
Publicou: Um Sonho realizado, 1990, O Cajueiro e Padre Davi Moreira, 2004.
Recebeu do governo do Ceará a medalha da Abolição pelo seu trabalho como fundador e diretor da SOCIEDADE LÍRICA DO BELMONTE, que beneficia filhos de agricultores , ministrando técnicas, teorias musicais, bem como a bibliografia dos grandes compositores.Depois do aprendizado na escola eles passam a tocar o clássico, o popular e o folclórico e muitos deles se projetam como músicos lá fora.
Por todos esses méritos é que nós fariasbritenses nos congratulamos com a comunidade cratense e desejamo-lhes votos de saúde, paz e que ele possa levar adiante esse trabalho magnânimo.
O bem não faz barulho e o barulho não faz bem
D. Antõnio Mucciolo
Agradecimento
PE.VALDEMAR FERNANDES DE PINHO.
Novas Tecnologias na Educação
Sabemos que o conhecimento foi repassado ao longo dos tempos de diversas formas.No início era voltado à oralidade, onde os mitos desempenhavam um papel fundamental na transmissão e preservação desses conhecimentos.
Com o passar dos anos veio o surgimento da escrita e através dela o conhecimento pôde ser repassado através de datas, nomes de pensadores,etc.
Hoje, à entrada do novo milênio estamos vivenciando um novo conhecimento, através das tecnologias digitais e o professor como mediador do processo educativo não pode desconhecê-las sob pena de privar ao seu educando o direito às novas formas de conhecimento.
Fazendo bom uso das infovias o nosso aluno buscará uma aprendizagem mais significativa e o professor estará cumprindo seu papel social.
Por: Ma. Laice Almeida Lacerda
Utilidade Pública
recebemos uma mensagem de Agleida que está em busca de sua tia Afonsina Ferreira, irmão de Antônio Vitória de Nova Betânia. Quem tiver algum contato com esta pessoa (telefone, e-mail ou orkut) por favor enviar o contato para agleida@hotmail.com ou para blogfariasbrito@gmail.com.
A mensagem de nossa visitante foi a seguinte:
"Adorei ver as fotos da n betania.Sai dlá há 20 anos nunca retornei.Podem me ajudar a entrar em contato c minha tia Afonsina ferreira irmã d Antonio Vitória de Nova betânia um telefone um e-mail ou orkut ela mora na betania moro em teresina piaui. agleida agleida@hotmail.com
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PRÊMIOS:
O Grande vencedor do 19. Festival Internacional de Cinema de Viña Del Mar - Melhor Filme.
Prêmio destaque da Crítica - 11 Mostra de Cinema de Tiradentes.
FESTIVAIS:
19° FESTIVAL INTERNACIONAL DE CINE DE VIÑA DEL MAR
(Seleção Oficial) - Prêmio Gram Paoa de Melhor Filme
24° FESTIVAL DE CINE DE BOGOTÁ
(Seleção Oficial)
L'ALTERNATIVA -- FESTIVAL DE CINE INDEPENDENTE DE BARCELONA 2007
(Seleção Oficial)
31° MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA DE SÃO PAULO
(Seleção Oficial -- Novos Diretores)
22° FESTIVAL DEL CINEMA LATINO AMERICANO DI TRIESTE
(Seleção Oficial)
1° FESTIVAL DE CINEMA BRASILEIRO EM TORONTO
(Seleção Oficial)
29° FESTIVAL INTERNACIONAL DEL NUEVO CINE LATINOAMERICANO HAVANA
(Seleção Oficial)
12° FESTIVAL INTERNACIONAL DE CINEMA DE KERALA (ÍNDIA)
(Seleção World Cinema)
LOS ANGELES BRAZILIAN FILM FESTIVAL 2008
(Seleção Oficial)
SINOPSE
A velha Perpétua, sentindo a presença da morte, resolve preparar Zeca, o seu querido neto, para a separação que se aproxima, contando-lhe a história de um rei e uma rainha, muito ricos e poderosos, que perderam o único filho e que querem trazê-lo de volta à vida. Enquanto Perpétua conta a história, Damião e Josefa trabalham para sustentar a família e preparar o casamento da filha Fátima. Ao final, a história contada por Perpétua e o destino daquela família se cruzam
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Filmografia Curtagora deste Profissional:
2006 - Capistrano no Quilo
2006 - Dos Restos e das Solidões
2006 - La Muerte
2005 - A Velha e o Mar
2005 - Filhos
2004 - Uma Jangada Chamada Bruna
2002 - A Ordem dos Penitentes
2002 - Maracatu Fortaleza
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PETRUS CARIRY
Nasceu em Fortaleza, em 1978. Graduou-se em Informática pela Faculdade Integrada do Ceará. Produziu e montou, entre outros, Juazeiro, a Nova Jerusalém e Patativa do Assaré - Ave Poesia, documentários de longa-metragem de Rosemberg Cariry, seu pai. Produziu ainda o filme Cine Tapuia, longa-metragem de ficção do mesmo diretor. Dirigiu vários curtas como Maracatu Fortaleza (2001), Ordem dos Penitentes (2002), Uma Jangada Chamada Bruna (2003), A Velha e o Mar (2005) e Dos Restos e das Solidões (2006). O Grão é seu primeiro longa.
domingo, 3 de fevereiro de 2008
Foto da Semana #4
sábado, 2 de fevereiro de 2008
Tenho saudades daquelas noites enluaradas
Quando eu ficava até altas madrugadas,
Contando estrelas no céu azul do meu sertão.
Fogueira acesa para espantar os bichos
Um café preto sem açúcar, no capricho,
Ouvindo o som saudoso de um violão.
Quando não estava sentado numa cadeira,
Ouvindo o rádio tocar moda sertaneja,
Era deitado numa rede a balançar.
Quando entrava deixava a janela aberta,
Pra ver a lua entrando por entre as frestas
E adormecia vendo os raios do luar.
Muitas vezes eu ficava a noite inteira...
Ouvindo o uivo do lobo na ribanceira,
Até os pássaros começarem a cantar.
E quando o sol vinha surgindo atrás dos montes,
Eu levantava ia me banhar na fonte
Depois saia pro roçado carpinar.
Assoviando sozinho pelo caminho,
E acompanhando a melodia os passarinhos,
Junto comigo pulando de galho em galho.
Assim eu era feliz vivendo no mato,
Quando as estradas ainda não tinham asfalto,
Era de terra coberta pelo cascalho.
A onde eu moro, aqui nas terras do sul,
É diferente o céu não é tão azul,
Nem bonito como é no meu lugar!
E o por do sol não tem a mesma magia,
Também não tem passarinhos cantoria,
Nos fins de tardes, como existia lá.
Até a lua, parece ser apagada,
Vive encoberta também não é prateada,
Não tem o brilho do luar do meu sertão!
E as estrelas, nunca mais pude contá-las,
Atrás das nuvens nem consigo enxergá-las,
Escondidas envoltas na poluição.
Hoje distante do meu velho pé de serra
Só a saudade em meu peito se encerra,
Como um punhal cravado em meu coração.
Pois são lembranças que o tempo não apaga...
Este progresso que se alastrou feito praga,
Destruiu meu paraíso no sertão.
Francis Gomes
NOSSA REALIDADE
De forma pouco, modesto,
Ao contrário bem viril,
Quero mostrar meu protesto
A capital do Brasil.
Não a cidade majestosa
Que JK edificou.
Mas a coisa vergonhosa
Que aquilo se transformou.
Na verdade a minha crítica
Com estes meus versos críticos,
Não é a cidade, nem a política,
Mas aos corruptos políticos.
Da esperança de um povo
Que clama: ordem e progresso.
Em grande covil de lobos,
Tornou-se nosso Congresso.
CPI pra todo lado.
Pra tudo tem comissão.
É CPI do Banestado,
CPI do Mensalão.
Parece ataque de pulgas,
Nada satisfaz a ganância,
CPI das Sanguessugas,
CPI das Ambulâncias.
Tem a CPI dos Bingos,
E do Apagão Aéreo.
Só escrevendo me vingo,
Mas ninguém me leva a sério.
Na arena de gigantes
CPI virou tormento.
Fizeram até CPI
Dos anões do orçamento.
Eu vou parar de escrever,
Antes que chegue ao Congresso,
Se não vão querer fazer
A CPI dos meus versos.
Francis Gomes
Empossada nova Diretoria do Sindicato
Aconteceu neste dia 2 de fevereiro a solenidade de posse da nova Diretoria do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Farias Brito que teve a seguinte programação:
Missa em Ação de Graças na Igreja Matriz às 13 horas;
Solenidade de posse da nova diretoria no Auditório do STR ás 14,30 horas;
Coquetel na Churrascaria Boi na Brasa às 16 horas.
O mandato é de 4 anos.
Integrantes da Diretoria e do Conselho Fiscal:
DIRETORIA
Presidente: José Bernardo de Alencar;
Vice-Presidente: Francisco Mendes do Nascimento;
Secretário Geral: Valdenice Rodrigues dos Santos Dantas; Suplente: José Ferreira de Lima;
Secretário de Finanças: Francisco Ferreira Lima; Suplente: Joel Ferreira de Pinho;
Secretário de Política Agrícola: Jesus Fernandes Sobrinho; Suplente: Esmeralda Fernandes da Cunha Lourenço;
Secretário de Organização e Filiação: Antonia Albeniza C. de Morais; Suplente: Antonio Matos de Souza;
Secretário de Filiação e Política Sindical: Emanuel Mateus da Silva; Suplente: Antonia Zildete Rodrigues Costa;
Secretário de Políticas Sociais: Maria Zulene Nergino Lôbo; Suplente: Simonica Gonçalves de Alencar;
Departamento de Mulheres: Nadia Alcântara C. Silva; Suplente: Maria das Dores Feitosa Dias;
Departamento de Jóvens: Joscelia Ferreira de Souza Alencar; Suplente: Antonia Gomes Carneiro;
Departamento de Aposentados: José Ferreira Lima; Suplente: Inácio Nobre Câmara.
CONSELHO FISCAL
Alcides Mandu de Oliveira; Suplente: Kleber Ferreira Lima;
Francisca Fernandes de Andrade Gonçalves; Suplente: Francisco Taveira da Silva;
Euclides Ferreira de Souza; Suplente: Pedro Frutuoso da Silva.
A solenidade contou com a presença de várias autoridades: Vice-Presidente da FETRAECE; Delegado Regional da FETRAECE, Coordenadora Estadual e Regional de Mulheres; Coordenadora de Jóvens da FETRAECE, Presidentes dos Sindicatos de Trabalhadores Rurais de Várzea Alegre e Nova Olinda e autoridades locais.
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008
Carta de Mia Couto ao Presidente Bush
Sou um escritor de uma nação pobre, um país que já esteve na vossa lista negra. Milhões de moçambicanos desconheciam que mal vos tínhamos feito.
Éramos pequenos e pobres: que ameaça poderíamos constituir? A nossa arma de destruição massiva estava, afinal, virada contra nós: era a fome e a miséria.
Alguns de nós estranharam o critério que levava a que o nosso nome fosse manchado enquanto outras nações beneficiavam da vossa simpatia. Por exemplo, o nosso vizinho - a África do Sul do "apartheid" - violava de forma flagrante os direitos humanos. Durante décadas fomos vítimas da
agressão desse regime. Mas o regime do "apartheid" mereceu da vossa parte uma atitude mais branda: o chamado "envolvimento positivo". O ANC esteve também na lista negra como uma "organização terrorista!".
Estranho critério que levaria a que, anos mais tarde, os taliban e o próprio Bin Laden fossem chamadas de "freedom fighters" por estrategas norte-americanos.
Pois eu, pobre escritor de um pobre país, tive um sonho. Como Martin Luther King certa vez sonhou que a América era uma nação de todos os americanos. Pois sonhei que eu era não um homem mas um país. Sim, um país que não conseguia dormir. Porque vivia sobressaltado por terríveis
factos. E esse temor fez com que proclamasse uma exigência. Uma exigência que tinha a ver consigo, Caro Presidente. E eu exigia que os Estados Unidos da América procedessem à eliminação do seu armamento de destruição massiva.
Por razão desses terríveis perigos eu exigia mais: que inspectores das Nações Unidas fossem enviados para o vosso país. Que terríveis perigos me alertavam? Que receios o vosso país me inspiravam? Não eram produtos de sonho, infelizmente. Eram factos que alimentavam a minha
desconfiança. A lista é tão grande que escolherei apenas alguns:
- Os Estados Unidos foram a única nação do mundo que lançou bombas atómicas sobre outras nações;
- O seu país foi a única nação a ser condenada por "uso ilegítimo da força" pelo Tribunal Internacional de Justiça;
- Forças americanas treinaram e armaram fundamentalistas islâmicos mais extremistas (incluindo o terrorista Bin Laden) a pretexto de derrubarem os invasores russos no Afeganistão;
- O regime de Saddam Hussein foi apoiado pelos EUA enquanto praticava as piores atrocidades contra os iraquianos (incluindo o gaseamento dos curdos em 1988);
- Como tantos outros dirigentes legítimos, o africano Patrice Lumumba foi assassinado com ajuda da CIA. Depois de preso e torturado e baleado na cabeça o seu corpo foi dissolvido em ácido clorídico;
- Como tantos outros fantoches, Mobutu Seseseko foi por vossos agentes conduzido ao poder e concedeu facilidades especiais à espionagem americana: o quartel-general da CIA no Zaire tornou-se o maior em África. A ditadura brutal deste zairense não mereceu nenhum reparo dos
EUA até que ele deixou de ser conveniente, em 1992;
- A invasão de Timor Leste pelos militares indonésios mereceu o apoio dos EUA. Quando as atrocidades foram conhecidas, a resposta da Administração Clinton foi "o assunto é da responsabilidade do governo indonésio e não queremos retirar-lhe essa responsabilidade";
- O vosso país albergou criminosos como Emmanuel Constant, um dos líderes mais sanguinários do Taiti, cujas forças para-militares massacraram milhares de inocentes. Constant foi julgado à revelia e as novas autoridades solicitaram a sua extradição. O governo americano recusou o pedido.
- Em Agosto de 1998, a força aérea dos EUA bombardeou no Sudão uma fábrica de medicamentos, designada Al-Shifa. Um engano? Não, tratava-se de uma retaliação dos atentados bombistas de Nairobi e Dar-es-Saalam.
- Em Dezembro de 1987, os Estados Unidos foi o único país (junto com Israel) a votar contra uma moção de condenação ao terrorismo internacional. Mesmo assim, a moção foi aprovada pelo voto de cento e cinquenta e três países.
- Em 1953, a CIA ajudou a preparar o golpe de Estado contra o Irão na sequência do qual milhares de comunistas do Tudeh foram massacrados. A lista de golpes preparados pela CIA é bem longa.
- Desde a Segunda Guerra Mundial, os EUA bombardearam: a China (1945-46), a Coreia e a China (1950-53), a Guatemala (1954), a Indonésia (1958), Cuba (1959-1961), a Guatemala (1960), o Congo (1964), o Peru (1965), o Laos (1961-1973), o Vietname (1961-1973), o Camboja (1969-1970), a Guatemala (1967-1973), Granada (1983), Líbano (1983-1984), a Líbia (1986), Salvador (1980), a Nicarágua (1980), o Irão (1987), o Panamá (1989), o Iraque (1990-2001), o Kuwait (1991), a
Somália (1993), a Bósnia (1994-95), o Sudão (1998), o Afeganistão
(1998), a Jugoslávia (1999)
- Acções de terrorismo biológico e químico foram postas em prática pelos EUA: o agente laranja e os desfolhantes no Vietname, o vírus da peste contra Cuba que durante anos devastou a produção suína naquele país.
- O Wall Street Journal publicou um relatório que anunciava que 500 000 crianças vietnamitas nasceram deformadas em consequência da guerra química das forças norte-americanas.
Acordei do pesadelo do sono para o pesadelo da realidade. A guerra que o Senhor Presidente teimou em iniciar poderá libertar-nos de um ditador.
Mas ficaremos todos mais pobres. Enfrentaremos maiores dificuldades nas nossas já precárias economias e teremos menos esperança num futuro governado pela razão e pela moral. Teremos menos fé na força reguladora das Nações Unidas e das convenções do direito internacional. Estaremos,
enfim, mais sós e mais desamparados.
Senhor Presidente:
O Iraque não é Saddam. São 22 milhões de mães e filhos, e de homens que trabalham e sonham como fazem os comuns norte-americanos. Preocupamo-nos com os males do regime de Saddam Hussein que são reais. Mas esquece-se os horrores da primeira guerra do Golfo em que perderam a vida mais de 150000 homens.
O que está destruindo massivamente os iraquianos não são as armas de Saddam. São as sanções que conduziram a uma situação humanitária tão grave que dois coordenadores para ajuda das Nações Unidas (Dennis Halliday e Hans Von Sponeck) pediram a demissão em protesto contra essas
mesmas sanções. Explicando a razão da sua renúncia, Halliday escreveu:
"Estamos destruindo toda uma sociedade. É tão simples e terrível como isso. E isso é ilegal e imoral". Esse sistema de sanções já levou à morte meio milhão de crianças iraquianas.
Mas a guerra contra o Iraque não está para começar. Já começou há muito tempo. Nas zonas de restrição aérea a Norte e Sul do Iraque acontecem continuamente bombardeamentos desde há 12 anos. Acredita-se que 500 iraquianos foram mortos desde 1999. O bombardeamento incluiu o uso
massivo de urânio empobrecido (300 toneladas, ou seja 30 vezes mais do que o usado no Kosovo)
Livrar-nos-emos de Saddam. Mas continuaremos prisioneiros da lógica da guerra e da arrogância. Não quero que os meus filhos (nem os seus) vivam dominados pelo fantasma do medo. E que pensem que, para viverem tranquilos, precisam de construir uma fortaleza. E que só estarão seguros
quando se tiver que gastar fortunas em armas. Como o seu país que dispende 270.000.000.000.000 dólares (duzentos e setenta biliões de dólares) por ano para manter o arsenal de guerra. O senhor bem sabe o que essa soma poderia ajudar a mudar o destino miserável de milhões de
seres.
O bispo americano Monsenhor Robert Bowan escreveu- lhe no final do ano passado uma carta intitulada "Porque é que o mundo odeia os EUA?" O bispo da Igreja Católica da Florida é um ex--combatente na guerra do Vietname. Ele sabe o que é a guerra e escreveu: "O senhor reclama que os EUA são alvo do terrorismo porque defendemos a democracia, a liberdade e os direitos humanos. Que absurdo, Sr. Presidente ! Somos alvos dos terroristas porque, na maior parte do mundo, o nosso governo defendeu a ditadura, a escravidão e a exploração humana. Somos alvos dos
terroristas porque somos odiados. E somos odiados porque o nosso governo fez coisas odiosas. Em quantos países agentes do nosso governo depuseram líderes popularmente eleitos substituindo-os por ditadores militares, fantoches desejosos de vender o seu próprio povo às corporações
norte-americanas multinacionais? E o bispo conclui: O povo do Canadá desfruta de democracia, de liberdade e de direitos humanos, assim como o povo da Noruega e da Suécia. Alguma vez o senhor ouviu falar de ataques a embaixadas canadianas, norueguesas ou suecas? Nós somos odiados não porque praticamos a democracia, a liberdade ou os direitos humanos. Somos odiados porque o nosso governo nega essas coisas aos povos dos países do Terceiro Mundo, cujos recursos são cobiçados pelas nossas multinacionais."
Senhor Presidente:
Sua Excelência parece não necessitar que uma instituição internacional legitime o seu direito de intervenção militar. Ao menos que possamos nós encontrar moral e verdade na sua argumentação. Eu e mais milhões de cidadãos não ficamos convencidos quando o vimos justificar a guerra. Nós preferíamos vê-lo assinar a Convenção de Kyoto para conter o efeito de estufa. Preferíamos tê-lo visto em Durban na Conferência Internacional contra o Racismo.
Não se preocupe, senhor Presidente.
A nós, nações pequenas deste mundo, não nos passa pela cabeça exigir a vossa demissão por causa desse apoio que as vossas sucessivas administrações concederam a não menos sucessivos ditadores. A maior ameaça que pesa sobre a América não são armamentos de outros. É o universo de mentira que se criou em redor dos vossos cidadãos. O perigo não é o regime de Saddam, nem nenhum outro regime. Mas o sentimento de superioridade que parece animar o seu governo.
O seu inimigo principal não está fora. Está dentro dos EUA. Essa guerra só pode ser vencida pelos próprios americanos.
Eu gostaria de poder festejar o derrube de Saddam Hussein. E festejar com todos os americanos. Mas sem hipocrisia, sem argumentação e consumo de diminuídos mentais. Porque nós, caro Presidente Bush, nós, os povos dos países pequenos, temos uma arma de construção massiva: a capacidade de pensar.
Mia Couto
Março de 2003
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Natural da Beira, Moçambique, o galardoado escritor Mia Couto é considerado um dos nomes mais importantes da nova geração de escritores africanos de língua portuguesa. A escrita tem sido uma paixão constante, desde a poesia, na qual se estreou em 1983, com A Raiz de Orvalho, até à escrita jornalística e à prosa de ficção. Vencedor de vários prémios, tem a sua obra traduzida em alemão, castelhano, francês, inglês, italiano, neerlandês, norueguês e sueco.