quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

PATATIVA - Poeta do Brasil


PATATIVA – Poeta do Brasil

Rosemberg Cariry - Escritor e cineasta

As culturas populares nordestinas são diversificadas, ricas e complexas, plasmaram-se, ao longo dos séculos, com a contribuição de muitos povos e de muitas etnias. Nesta região, nascedouro da nação brasileira, historicamente, tiveram encontro marcado as principais vertentes das culturas ocidentais que se mesclaram com as culturas ameríndias e as culturas afro-brasileiras. Estas culturas populares, regionais e universais ao mesmo tempo, são inesgotável fonte de renovação para os mais importantes movimentos culturais e artísticos brasileiros contemporâneos. Impossível citar todos os nomes nos diversos campos das artes que beberam nas fontes generosas das culturas populares. Escritores, poetas, músicos, artistas plásticos, dançarinos, cineastas e pensadores de todo o País têm obras fertilizadas com os signos das culturas populares nordestinas. Se estas culturas puderam oferecer elementos para a construção das artes contemporâneas e eruditas, com destaques no País e no exterior, é porque têm a capacidade de também gerar seus próprios artistas, escritores e poetas, inseridos na vida cotidiana e reconhecidos em suas próprias comunidades. Aqui falamos de artistas genuinamente populares, nascidos no seio do povo, vivendo em comunidade com este povo, aplaudidos e amados por esse mesmo povo. Como exemplo maior da excelência estética, da força comunicativa e social da poesia nascida no seio do povo - dentro de uma comunidade tradicional - com repercussão nos grandes centros urbanos, temos Patativa do Assaré, um dos maiores poetas brasileiros de todos os tempos - síntese de todas essas vertentes, profundo elo que une o passado ao presente, projetando-se para o futuro. Patativa do Assaré é guardião de saberes e sensibilidades de todo um povo.

A história de Antônio Gonçalves da Silva, o menino pobre do sertão que viria a se transformar no famoso Patativa do Assaré, embora pareça com as histórias de tantos outros Antônios ou Severinos, é singular: filho do agricultor Pedro Gonçalves da Silva e de Maria Pereira da Silva, Antônio Gonçalves da Silva nasceu no dia 5 de março de 1909, na cidade Assaré, no Cariri cearense. Foi criado em meio a muitas privações e, ainda criança, começou a trabalhar na roça, com o pai e os irmãos. Em 1913, perdeu um olho por causa de uma inflamação, acontecimento que o destinaria para o resto da vida a levar no rosto a marca de “Camões” – tragédia e destinação. Seu pai, que também era poeta, morreu no dia 28 de março de 1917, piorando ainda mais a situação de pobreza da família, que vivia da agricultura de subsistência. A pequena propriedade rural foi dividida entre os filhos José, Antônio, Joaquim, Pedro, Maria e Mercês. Nas profundas noites do sertão, à luz das lamparinas, quando voltava da roça, o pequeno Antônio escutava os versos de cordel soletrados pelo seu irmão mais velho. História de fadas e encantamentos, de bois misteriosos e cavaleiros valentes, nas figuras de Roldão e Ferrabrás, causos de amor sem cura e noticias de um país que acordava para a modernidade. Impulsionado pela vontade de aprender, orientado pela mãe, começou a freqüentar as aulas de um mestre-escola que sabia rudimentos de português e, na ponta do lápis, as quatro operações matemáticas. Foi alfabetizado por meio do livro de Felisberto de Carvalho, que da infância ficou-lhe como fonte inicial de todos os saberes, como um “tesouro da juventude”. O pequeno Antônio ficou menos de seis meses na escola, mas a sua inteligência privilegiada o levou a novas leituras, tornando-se um autodidata e lendo os raros livros que lhe caíam nas mãos.

Uma mudança importante aconteceu na vida do jovem Antônio, quando, por volta de 1925, depois de ouvir uma cantoria, pediu a sua mãe que vendesse uma cabra que possuía e, com o dinheiro, comprasse uma viola, com a qual começa a fazer cantorias na região da Serra de Santana e da Serra do Quincuncá. Nesta época, a Coluna Prestes varava o Brasil e anunciava tempos de justiça e de liberdade, e cego Aderaldo já despontava como um dos mais importantes cantadores do Brasil. Em 1928, seguindo o caminho de muitos nordestinos, o jovem Antônio aventurou-se pela Amazônia, o sonhado “Eldorado” dos retirantes, que abrigou tantas tragédias, em sua dura realidade. O jovem cantador Antônio reside algum tempo no Pará, onde faz cantorias com outros cantadores em colônias e assentamentos de migrantes nordestinos. Em Belém, é batizado pelo escritor José Carvalho de Brito com o sonoro nome de Patativa do Assaré. É comum os cantores nordestinos adotarem nomes de pássaros. A nomeação do local onde nasceu, “do Assaré”, foi-lhe dada para diferenciá-lo de outros cantadores com nome de Patativa. De volta, em Fortaleza, foi recebido na Casa de Juvenal Galeno. Teve o privilégio de conhecer o poeta das “Lendas e Canções Populares”, já bem idoso e próximo da morte. Deste encontro, Patativa guardou uma forte emoção. De regresso ao sertão de Assaré, retoma o seu trabalho na roça e faz cantorias pela região. Lê o Tratado de Versificação, de Guimarães Passos e começa a ler os grandes clássicos da língua portuguesa: Camões, Bocage, Gonçalves Dias, Fagundes Varela, Olavo Bilac, Castro Alves, Casimiro de Abreu, padre Antônio Tomás, Antero de Quental, Guerra Junqueiro, entre outros. Mesmo não fazendo profissão da arte da cantoria, as apresentações ao som da viola rendem-lhe algum dinheiro que ajuda na sua manutenção, notadamente nos anos de seca, como foi o da grande seca de 1932. Neste ano, vendo imensos sofrimentos e tragédias das famílias retirantes, compôs um dos mais belos e pungentes poemas já escritos na língua portuguesa: “A Morte de Nanã”. Na Serra de Santana, casa-se, no dia 6 de janeiro de 1936, com Belarmina Paes Cidrão, a dona Belinha, que morava em um sítio próximo ao de Patativa. Desta união, nasceriam quatorze filhos, dos quais sobreviveram sete, quatro homens e três mulheres: Afonso, Pedro, Geraldo, João Batista, Lúcia, Inês e Miriam. A fome, as doenças e o desamparo em que viviam as famílias camponesas nordestinas se traduziam nos altos índices de mortalidade infantil, da qual a família de Patativa é um exemplo doloroso.

A década de 1930 marcou a história do Brasil com convulsões sociais e grandes mudanças políticas. Foi o período em que a consciência social e política de Patativa ampliou-se no calor dos embates. Já com alguma influência dos movimentos políticos e das idéias sociais mais avançadas que sacudiam o País, começa a compor poemas que denunciam o latifúndio e o sistema de servidão imposto ao camponês, sem deixar de fazer também os seus poemas líricos e brejeiros. Na literatura, o romance regional mostrava as feridas sociais da nação brasileira, com autores como Graciliano Ramos, Raquel de Queiroz, Jorge Amado, José Américo de Almeida e José Lins do Rego, entre outros. A veia satírica de Patativa do Assaré causou-lhe alguns problemas. Em 1943, acusado de desacato à autoridade, por conta de um poema satírico intitulado “Prefeitura sem Prefeito”, é preso, mas solto logo em seguida por intervenção de seus admiradores. Volta a sua lida na roça e a suas composições poéticas cheias de lirismo e de denúncias sociais. Fazendo uso da sua viola, faz cantorias e desafios com os grandes cantadores nordestinos, notadamente com João Alexandre. Por volta de 1953, durante a grande seca, Patativa cria o poema “Triste Partida”, que se tornaria popular, cantado ao som da viola, falando da epopéia dos nordestinos expulsos da terra sertaneja para as plagas do sul (Sudeste). A música “Triste Partida” seria gravada por Luiz Gonzaga, no ano de 1964, e se tornaria um dos grandes sucessos do Rei do Baião e um hino dos nordestinos do êxodo.

Ainda na primeira metade da década de 50, Patativa começou a recitar seus poemas na Rádio Araripe do Crato, no programa de Tereza Siebra Lima, oportunidade em que foi ouvido pelo filólogo José Arraes de Alencar, que se encontrava visitando a família, na cidade do Crato. José Arraes de Alencar, maravilhado com a beleza dos versos do poeta de Assaré, incentivou-o a publicar seu primeiro livro, “Inspiração Nordestina”, pela editora Borsói, do Rio de janeiro, em 1956. Com essa obra pronta no matulão, viola nas costas, Patativa andou por todo o Ceará fazendo suas cantorias e vendendo o seu livro, para pagar a dívida que contraíra com o editor. Foi quando fez contatos com o movimento das “Ligas Camponesas” e compôs poemas sobre a reforma agrária. Usando um pseudônimo, Patativa do Assaré publica poemas em jornais de esquerda que refletem as inquietações políticas do movimento operário-camponês. Suas leituras incluem jornais, revistas e livros de cunho socialista e comunista.

O início da década de 1960 encontrou o Nordeste em plena ebulição política e social, notadamente no Pernambuco e na Paraíba, onde o movimento das “Ligas Camponesas” ganhara grande força entre a população rural. Em 1962, a convite do seu parente, o governador Miguel Arraes, apresenta-se com outros cantadores, em Recife, ocasião em que toma conhecimento dos acontecimentos políticos e faz contatos com lideranças camponesas do Pernambuco e da Paraíba. O golpe militar de 1964 trouxe atribulações para Patativa, que viu várias lideranças do movimento camponês serem presas e foi também ameaçado de prisão. É a época em que Patativa se relaciona com a intelectualidade democrática e esquerdista do Crato, principalmente com Elói Teles de Moraes, que faz um programa de poetas populares, na Rádio Araripe do Crato. Em 1966, Patativa viajou ao Rio de Janeiro, para tratar da reedição do livro “Inspiração Nordestina”, agora acrescido do “Cantos do Patativa”, que sairia no ano seguinte, pela mesma editora Borsói (1967). Ao voltar ao Cariri, percorreu toda a região vendendo seu livro e foi, pouco a pouco, abandonando a cantoria de viola. Abandonando a vida de cantador, dedica-se ao trabalho na roça e firma-se como “poeta popular”. Em 1968, é decretado o Ato Institucional nº. 5, e a repressão aos movimentos culturais, populares e democráticos se fez sentir com mais força, dando início aos chamados “anos de chumbo”. Patativa alargou, durante essa fase, seu círculo de amizade com intelectuais e políticos democráticos que militavam na oposição, no então MDB, na região do Cariri e teve, em 1970, publicado o livro “Patativa do Assaré, novos poemas comentados”, por iniciativa de J. de Figueiredo Filho, então presidente do Instituto Cultural do Cariri. O livro repercute na região e mesmo na capital, onde o folclorista Figueira Sampaio, amigo de Patativa, organizou lançamentos e recitais.

Em 1973, no dia 13 de agosto, Patativa foi atropelado, em Fortaleza, ao atravessar uma avenida. Esse acontecimento lhe causou grandes sofrimentos e o deixou com graves seqüelas, para o resto da vida. Por volta da segunda metade da década de 1970, Patativa do Assaré encontrou-se com jovens do movimento cultural do Crato que faziam o “Grupo de Arte Por Exemplo” e participou de shows, performances e festivais de teatro, música e poesia. Patativa foi o grande mestre desta geração que, no Cariri, fazia arte de vanguarda, amava os Beatles os Rolling Stones, a cultura “underground” e juntava-se à cultura popular em suas contestações. Neste período, a produção poética de Patativa é das mais vivas e reflete crítica mordaz ao autoritarismo da ditadura militar, o que o torna bastante popular nos grupos políticos democráticos, estudantis, operários e camponeses, notadamente no movimento da Igreja Eclesial de Base. Em 1978, por iniciativa do sociólogo Plácido Cidade Nuvens, foi lançado pela Editora Vozes, com grande repercussão nos meios intelectuais brasileiros, o livro “Cante lá que eu canto cá”. Patativa do Assaré deve à publicação deste livro o seu reconhecimento pela intelectualidade dos grandes centros urbanos, notadamente no Rio de Janeiro e São Paulo, e a sua descoberta pela grande imprensa. Reconhecimento maior ainda viria por parte do SBPC – Congresso Brasileiro para Progresso da Ciência - SBPC, que, em 1979, nomeou o seu congresso anual de “Cante lá que eu canto cá”, em homenagem ao poeta. Patativa participou de shows memoráveis e foi aclamado por lideranças intelectuais e populares de todo o País. Atuou no movimento pela anistia e pelo regresso dos presos políticos no exílio. A sua música “Canção do Pinto” tornou-se uma espécie de hino libertário da anistia e da redemocratização do País. Neste mesmo ano, iniciei as filmagens de documentário sobre o poeta. Um outro documentário, já em bitola profissional de 35mm, seria dirigido por Jefferson de Albuquerque Jr e por mim, em 1983, sendo legendado em vários idiomas para exibições em festivais nacionais e internacionais. O filme ganha prêmios na Jornada Internacional de Cinema da Bahia.

No movimento “Massafeira”, em 1979, organizado pelo cantor Ednardo, fiz a curadoria de um show com a participação de dezenas de artistas populares do Cariri. Patativa do Assaré foi a estrela maior deste espetáculo e apresentou-se cantando com Raimundo Fagner e Ednardo. Ainda na “Massafeira”, a CBS gravou ao vivo o disco “Poemas e Canções”, produzido por Fagner, com quem, em 1980, Patativa se apresenta em vários shows por todo o País, tornando-se a música “Vaca Estrela e Boi Fubá” um grande sucesso popular. Em 1981, Fagner produziria um novo disco de Patativa “A Terra é Naturá”. No mesmo ano, Patativa deixou a Serra de Santana e passou a morar em Assaré. Atendendo a inúmeros convites, Patativa apresenta-se em programas da Rede Globo, recebe homenagens oficiais e títulos de cidadão de várias cidades. O sucesso e o reconhecimento popular nacional de Patativa do Assaré, iniciados a partir da segunda metade da década de 1970, consolidam-se no início da década de 1980 e chegam ao seu apogeu em 1984, quando o poeta se faz presente em vários acontecimentos políticos e culturais, participando da campanha pelas “Diretas Já”. Patativa consolidou também nos anos de 1980, a sua amizade com jovens compositores cearenses e com jovens políticos que militavam em partidos de esquerda, entre os quais Inácio Arruda, que militava na Federação de Bairros e Favelas de Fortaleza. Por todo o Nordeste, nos palanques e nos palcos, nas universidades e nas praças públicas, nas latadas dos sertões e nas feiras, recita os seus poemas, ao lado de grandes artistas e políticos que lutam pela redemocratização do País. Uma longa entrevista com Patativa do Assaré, realizada por mim, foi publicada no livro “Cultura Insubmissa” (1982). Neste mesmo livro, foi publicado o artigo "Nosso Poeta do Futuro", em que Oswald Barroso escreveu: "Discutem-se os impasses da arte e literatura: qualidade versus popularidade, autor versus obra, papel social da arte etc. Patativa é a imagem do necessário caminho. Obra e autor uma mesma unidade (não só porque a mente do poeta é repositório de todo o seu extenso trabalho). O poeta na praça, nas praias, nas mesas de bar, no teatro, na calçada. Em qualquer local e hora, a qualidade de sua poesia. As multidões lhe ouvem horas a fio, nas faculdades ­nas roças, nos alto-falantes do interior e na televisão, no folheto popular e nos discos da CBS. A conversa em poesia. Santos, Copacabana ou Quitaiús."

A conjuntura política nacional apontava para a democracia e para transformações nas relações tradicionais do poder. No Ceará, esta mudança deu-se com a queda dos chamados “coronéis” e a ascensão, em um arco amplo de alianças, do centro para a esquerda (PMDB, PCdoB, PCB e PDC), do jovem empresário do Centro Industrial do Ceará - CIC, Tasso Ribeiro Jereissati, com a marcante participação de Patativa do Assaré, na campanha, em 1986, por conta da sua amizade com alguns jovens artistas militantes do PCdoB. O Governador Tasso Jereissati (empossado em 1987) manteria com Patativa, durante toda a sua vida, fortes laços de amizade. O reconhecimento oficial do Estado do Ceará chegou na forma de “Medalha da Abolição”, honraria que lhe foi conferida pelos “relevantes serviços prestados ao Estado”(1987). A Dra. Violeta Arraes assumiu a secretaria de Cultura do Estado (julho de 1988) e deu um novo impulso às artes no Ceará. Patativa passou a ser um dos grandes ícones da cultura popular, sendo colocado em alto pedestal. A entrega do diploma “Doutor Honoris Causa”, pela Universidade Regional do Cariri - URCA, em 1989, transformou-se em grande acontecimento cultural e político. Neste período, produzi a edição e prefaciei o livro “Ispinho e Fulô” (1988) e lancei ainda o disco “Patativa – Canto Nordestino” (1989). Os recitais de Patativa se transformam em grandes sucessos de público. A imprensa nacional dedica grandes espaços na divulgação do poeta e da sua obra. Os festejos do seu aniversário, naquele ano de 1989, foram encerrados com apresentação de Patativa do Assaré e Fagner, no memorial da América Latina, em São Paulo. No aniversário de 70 anos, festa organizada pelo “Diretório Estudantil Patativa do Assaré” - curso de letras da UFC e pelo Jornal Nação Cariri, Patativa foi surpreendido pela visita de Luiz Gonzaga, que com ele cantou a “Triste Partida”, em momento de grande beleza e emoção.

A década de 1980 marca o reconhecimento de Patativa do Assaré como grande poeta, como uma expressão literária mais complexa e mesmo erudita. Antes se falava apenas da pureza, da simplicidade, da nordestinida­de e da espontaneidade da poesia de Patativa do Assaré. Havia até os que louvavam Patativa por ser poeta pobre e analfabeto, como se isso fosse mérito e aparentemente o aproximasse do povo. Finalmente, reconhecia-se que Patativa do Assaré usava o "dialeto caboclo" para compor suas poesias quando desejava, que este recurso era uma opção estética e uma postura de vida, iden­tificação real com as classes oprimidas, mas que era capaz de também compor em oitavas camonianas e escrever sonetos alexandrinos de métricas perfeitas, em português erudito. Dono de ritmos e de musicalidade únicos, mestre maior da arte da versificação e com vocabulário que ia do dialeto da língua nordestina aos clássicos da língua portuguesa, Patativa transformou-se na síntese do saber popular versus saber erudito. Da luta pela vida, da observação pro­funda da realidade, da herança popular e dos estudos, surgia o Patativa - poeta dos oprimidos, dos operários, dos sem-terra e uma das maiores expressões das letras brasileiras. Sobre a poesia de Patativa do Assaré, expressou-se muito bem o crí­tico J. Ramos Tinhorão, em artigo publicado no "Jornal do Brasil”, "Ao contrário dos cantadores de improviso ou poetas de cordel, que se dedicam ao romance (histórias contadas em versos), à rememo- ração ou invenção de desafios, ao comen­tário de acontecimentos históricos ou da atualidade ou a de­monstrações de conhecimentos, nos folhetos de ciências, Pa­tativa do Assaré identifica-se mais com os poetas literários, dando preferência à criação livre em redondilhas (onde pelo ritmo lembra às vezes Gonçalves Dias) e em decassílabos, sem menosprezar combinações métricas, com o encadeamento de duas redondilhas maiores numa mesma linha, originando um verso de 14 sílabas. Ou ainda com o uso de um verso em redondilha maior solto, completando o pensamento expresso na linha combinada. (...) A temática preferida do bardo popular (...) são as contradições da vida, a riqueza e a pobreza, a felicidade e o infortúnio, tudo repassado ideologicamente de um sentido de protesto contra a injustiça social (...). Aliás, é ouvindo por sua própria voz a poesia de Patativa do Assaré que se pode sentir a falsidade dos que, como Catulo da Paixão Cearense, no início do século, tentaram o caminho da poesia popular pela imitação fonética da fala regional e pela busca de temas supostamente ingênuos, para ficarem de acordo com a psicologia e a cultura dos caboclos. Patativa fala precebe por percebe não por modismo, mas porque os seus “rr” de ser­tanejo cearense são excessivamente rotativos, (...). Ao con­trário do que Catulo poderia imaginar, porém, Patativa do Assaré não é nada bobo, e intuitivamente (sic), por necessi­dade de rima, sabe quando usar, inclusive recursos da poesia clássica como as inversões, a exemplo do verso: "Se eu às ve­zes brincando tava de borboleta pegar."

A década de 1990 consolidou a fama nacional de Patativa, agora com reconhecimento oficial, e deu início ao seu processo de mitificação. O poeta passou a figurar no panteão popular, onde já estavam entronizados nomes como Padre Cícero, Antônio Conselheiro, Lampião e Cego Aderaldo. Seminários sobre a sua obra foram organizados por universidades de todo o Nordeste. O poeta recebeu títulos de “Doutor Honoris Causa” de destacadas universidades nordestinas e teve seus poemas traduzidos em vários idiomas. Foi iniciada uma profícua produção acadêmica sobre o poeta, destacando-se, na última década do século XX e no início do século XXI, os nomes de Gilmar de Carvalho, Tadeu Feitosa, Francisco de Assis Brito, Maria Silvana Militão, Oswald Barroso, Cláudio Henrique Sales, B. C. Neto, Luiz Tadeu Feitosa e a francesa Sylvie Debs, entre outros. Os seus aniversários viraram motivos de festas e comemorações coletivas, no Assaré, com afluência de artistas, intelectuais, políticos e povo da região. Para escândalo dos “puristas” da cultura popular e dos “folcloristas” mais zelosos, Patativa do Assaré virou enredo de escolas de samba, tema de quadrilhas juninas e participou de novelas da Globo, ao lado de Geraldo Amâncio, a convite do ator e cantor Jackson Antunes. Patativa transformou-se assim em um “personagem” constantemente solicitado pela mídia. Em 1991, por meio da Secult, viabilizei a publicação do livro “Balseiro”, antologia de poetas populares do Assaré, organizada por Patativa e por Geraldo Gonçalves de Alencar. Em 1993, o prof. Gilmar de Carvalho editou “Cordéis do Patativa”, e Dílson Pinheiro produziu o CD “Patativa do Assaré – 85 anos de luz e poesia”. Na I Feira Brasileira do Livro de Fortaleza, foi lançado o livro “Aqui tem coisa” (1994). Oswald Barroso realizou o documentário “O Vôo da Patativa”, fotografado por Ronaldo Nunes, em que documentou o cotidiano do poeta e os últimos dias de vida de Dona Belinha.

No dia 15 de maio de 1994, morreu Dona Belinha, que já se encontrava doente, paralítica, em uma cadeira de rodas. A morte da esposa deixou o poeta Patativa muito abatido e, durante algum tempo, ele se recolheu à sua casa, em Assaré. Nem mesmo o luto profundo impediu o poeta de continuar produzindo seus poemas, ainda belos e de grande lucidez. A humilde casa do bardo, em Assaré, virou local de verdadeiras “romarias”. Todos os dias chegavam automóveis e ônibus, cheios de pessoas vindas de todo o Brasil para visitá-lo, fotografar ao seu lado e ouvir os seus poemas e até mesmo seus conselhos. Patativa gostava de ficar horas recitando para estas platéias maravilhadas e gratificadas com sua generosidade. Em 1995, o prof. Plácido Cidade Nuvens, incansável divulgador da obra de Patativa do Assaré, publicou o livro “Patativa e o Universo Fascinante do Sertão”. O professor e poeta Cândido B. C. Neto propôs homenagens a Patativa na Universidade Estadual do Ceará. O poeta recebe o “Prêmio Ministério da Cultura”, na categoria Cultural Popular, em evento patrocinado pelo Governo do Estado do Ceará e com a presença do então presidente da República Fernando Henrique Cardoso. Novos seminários universitários sobre a obra de Patativa são organizados, são lançados novos CDs com seus poemas, e novos álbuns de xilogravuras com a sua vida (verdade e imaginação). Suas canções são gravadas por importantes nomes da música popular brasileira, e seu nome é dado a rádios comunitárias, centros culturais, escolas, estradas e até mesmo para rotular o lançamento de cachaça, em Juazeiro do Norte. Patativa vira figura pop.

Em 1998, pela primeira vez poemas de Patativa do Assaré são incluídos em uma antologia literária no Ceará, em “Letras ao Sol”, organizada por Oswald Barroso e Alexandre Barbalho. Ainda no ano de 1998, no dia 10 de agosto, em sessão solene da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, Patativa recebeu o título de “Cidadão Paulistano”. Em 1999, com grande participação popular, a presença do povo, de autoridades e artistas, foi inaugurado, pelo Governador Tasso Jereissati, o memorial Patativa do Assaré, em Assaré, tendo como ponto alto um show de Patativa e Fagner cantando “ Vaca Estrela e Boi Fubá” . No mesmo ano, em São Paulo, o radialista e pesquisador Assis Ângelo lançou o livro “O poeta do Povo: vida e obra de Patativa do Assaré”, pela editora da União Nacional dos Estudantes. .

Por ocasião da IV Bienal do Livro, no ano de 2000, foi organizada uma bela homenagem para Patativa do Assaré. Doente, sem poder viajar para Fortaleza, o poeta foi entrevistado por Dílson Pinheiro, em Assaré (no memorial), ao mesmo tempo em que artistas e autoridades lhe prestavam homenagens, no palco do Centro de Convenções, em Fortaleza. A TV Ceará transmitiu este programa ao vivo, com grande audiência. Gilmar de Carvalho lançou o livro “Patativa poeta pássaro do Assaré”, reunindo entrevistas que fizera com o poeta. A professora Sylvie Debs, da Universidade Robert Schuman, de Estrasburgo, que já tinha publicado vários artigos sobre Patativa do Assaré, na Europa, lançou no Brasil, pela editora Hedra, o livro “Patativa do Assaré – Uma voz do Nordeste”. O acadêmico Tadeu Feitosa publica entrevistas e teses sobre o poeta.

A partir de 2001, agravou-se a frágil saúde de Patativa, que ainda insistia em fumar. O poeta já não viajava e sofria com os constantes internamentos em hospitais da região. Mesmo assim, apesar da doença e do sofrimento, continuou a fazer versos e a divulgá-los em jornais e em televisões que insistiam em entrevistá-lo. No dia 8 de julho de 2002, às 18:30 horas, morre Patativa do Assaré. O médico cratense José Flávio Vieira, que cuidou de Patativa nos seus últimos dias de vida, disse-me que ele encarou a morte com muita tranqüilidade, como merecido repouso. Todo o Nordeste chorou a morte do poeta, e a notícia do seu falecimento foi publicada nos maiores jornais e revistas do País, em reportagens especiais e homenagens. No dia 9, com grande participação popular e a presença de autoridades e artistas vindos de todas as regiões do Nordeste, aconteceu o sepultamento do grande mestre da poesia brasileira. A voz de Fagner puxou o coro da canção “Vaca Estrela e Boi Fubá” entoada pelo povo comovido, no último adeus ao poeta. A morte é a completude. Patativa deixou a terra dos homens e entrou definitivamente no território do mito, o mito mais profundo, aquele que habita a alma de um povo e se abraça com sua eternidade. Desde a sua morte, o nome de Patativa do Assaré não parou de crescer. Suas canções são regravadas, seus livros e CDs são reeditados. O “Festival Internacional de Trovadores e Repentistas” (2004/05) criou “Troféu Patativa do Assaré” para homenagear os grandes nomes da poesia e da cantoria do Brasil e do exterior. Em 2007, no “XVII Cine Ceará – Festival Ibero-Americano de Cinema”, em Fortaleza, aconteceu a estréia nacional do filme de longa-metragem “Patativa do Assaré – Ave Poesia”, por mim dirigido, numa verdadeira consagração popular, registrada pela imprensa como a “a comoção Patativa”.

Realizar o filme “Patativa do Assaré – Ave Poesia” foi desvendar não apenas a biografia de um amigo, de um compadre; não foi apenas estudar a obra de um poeta, mas foi, sobretudo, mergulhar no vasto oceano da cultura coletiva e tatear os caminhos onde a história individual se encontra com o destino histórico de todo um povo. Para elaboração deste trabalho, foram pesquisadas muitas fontes escritas e da tradição oral; muitos registros audiovisuais e iconográficos. Todo este material, rico de informações e de suportes variados, destacou a relevância da obra patativiana, o significado político dos seus atos e a sua imensa contribuição à cultura brasileira.

O tempo cicatriza todas as feridas, mesmo as que atingem as profundezas da alma. Se as academias de letras, provincianas e cegas pelos preconceitos contra um poeta que consideravam “matuto” e “popular”, não puderam oferecer uma "cadeira" para que o velho poeta descansasse o seu corpo alquebrado por tantos anos de lutas e genialidade, o povo nordestino o imortalizou e ofereceu o inabalável abrigo do seu coração. Patativa do Assaré teve em vida o que muitos poetas, mesmos os mais reconhecidos e laureados, gostariam de ter tido: o reconhecimento, o carinho e o amor do seu povo. Sua poesia está em todas as bocas, de jovens e de velhos, no sertão e na cidade, como bandeira de luta e emoção maior, influenciando gerações. Como símbolo concreto, para perpetuar tão grande poeta que já mora no coração do seu povo, proponho às autoridades do Ceará e do Brasil a construção de um Mausoléu. No pontão da Serra de Santana (onde nasceu e viveu Patativa), descortina-se uma bela paisagem do vale onde está situada a cidade de Assaré. A idéia é cortar um dos imensos monólitos ali existentes na forma de um cubo (como a Kaaba, a pedra sagrada dos muçulmanos), para em seguida se revestir este gigantesco cubo de granito preto e, em uma cavidade aberta na pedra, depositar os restos mortais de Patativa e de Dona Belinha. Apenas uma placa de bronze anunciaria o jazigo perpétuo. No entorno, com a paisagem natural de lajedos e a flora da caatinga, seria cultivado um jardim, ao modo de um jardim Zen japonês: vazio e essencialidade. Este jardim sertânico seria um local de contemplação e de meditação. Templo da poesia do povo brasileiro.

Se o Brasil não tem ainda o seu poeta-nacional, que simbolize e expresse o sentimento de nação, como Garcia Lorca na Espanha, Pablo Neruda no Chile, Agostinho Neto em Angola, Camões em Portugal ou Nazin Hikmet na Turquia, o Nordeste brasileiro, popular e rebelado, tem o seu: Patativa do Assaré. Patativa do Assaré já figura entre os grandes nomes da poesia do Brasil e da América Latina por ter conseguido, com tanta arte e beleza, unir a de­núncia social com o lirismo, a consciência política com a percepção humana mais profunda, o amor à natureza com o misticismo libertário. Aço e rosa. Quem lê a poesia de Patativa pensa, se emociona e se transforma, porque nela estão todas as lutas e esperanças do homem, estão as palavras que se erguem com a dignidade dos justos, contra todas as formas de obscurantismos e opressões. A poesia de Patativa é, dialeticamente, "Ispinho e Fulô". Para concluir, reafirmo: é preciso um século inteiro para plasmar gênio como Patativa do Assaré. O século XX deu esse presente ao Brasil. O povo, envaidecido, agradece.

Fortaleza, fevereiro de 2008
FILMOGRAFIA DE PATATIVA

Patativa do Assaré – Um poeta Camponês. Super 8. 42 minutos. Direção: Rosemberg Cariry. Fotografia Luiz Carlos Salatiel, Rosemberg Cariry e Jackson Bantim. Produção: José Wilton Dedê e João Teófilo Pierre. Fortaleza – 1999.

Patativa do Assaré – Um Poeta do povo. 16mm e 35mm. 17 minutos. Direção de Jefferson de Albuquerque Jr. e Rosemberg Cariry. Fotografia de Hermano Penna. Fortaleza – 1984.

Patativa do Assaré – Vídeo documentário realizado pelos estudantes de comunicação Social da UFC. Produção TV Educativa. Fortaleza – 1984.

Seca D’Água. Criação coletiva. Video Clip a partir de poema de Patativa. Canção interpretada por grandes nomes da música popular brasileira. Produção Raimundo Fagner. Rio de Janeiro – 1985.

O Vôo da Patativa. Vídeo. Média metragem. Direção de Oswald Barroso. Fotografia de Ronaldo Nunes. Produção TV Ceará. Fortaleza – 1995

Patativa – Documentário e desenho animado. Colorido. 35mm. Direção: Ítalo Maia. Fortaleza – 2001.

Assaré – Sertão da Poesia. Vídeo documentário. Média metragem. TV Cultura. São Paulo – 2000.

Romance da Terra da Água. Documentário. Colorido. 35mm. Direção: Jean Pierre Duret. Produção: Andréa Santana. Paris - 2001.

Antonio Gonçalves da Silva, a trajetória. Vídeo documentário. Média metragem. Direção de Jackson Bantim. Crato – 1997.

Patativa do Assaré – Ave Poesia. Documentário, Longa-metragem. 84 minutos. Direção de Rosemberg Cariry. Fotografia: Jackson Bantim, Hermano Penna, Luiz Carlos Salatiel, Beto Bola e Ronaldo Nunes. Produção de Petrus Cariry. Fortaleza – 2007.

Patativa do Assaré – O Poeta Cidadão. Documentário realizado pela TV Legislativa. Núcleo de documentação; Ângela Gurgel. Produção: Ana Célia, Clara Pinho e Janaina Gouveia. Fortaleza – 2007.

Passarim de Assaré. Vídeo clip. Vídeo digital. Direção Rosemberg Cariry. Fotografia: Kim. Música: Fagner e Fausto Nilo. Cantores: Fausto Nilo, Fagner e Amelinha. Fortaleza – 2009.

A Montanha Mágica. Ficção/documentário. Curta metragem. Colorido. 35mm. Direção Petrus Cariry. Fortaleza – 2009.


DISCOGRAFIA DE PATATIVA DO ASSARÉ

Ø Luiz Gonzaga – Triste Partida – 1964.
Ø Raimundo Fagner – “Manera Fru-Fru”, 1972 (faixa Sina), parceria com Fagner e Ricardo Bezerra.
Ø Patativa do Assaré – Poemas e Canções, 1979.
Ø Raimundo Fagner – “Raimundo Fagner” 1980 (faixa Vaca Estrela e Boi Fubá).
Ø Quinteto Agreste – (Seu dotô me conhece) - Compacto em vinil com a música vencedora do 1 Festival Credimus da Canção, parceria de Patativa do Assaré com Mário Mesquita, 1980.
Ø Massafeira Livre. Patativa do Assaré, disco 1, lado B (faixa “Senhor Doutor”), gravado ao vivo no Theatro José de Alencar, em 1979. lançado pela CBS, 1980.
Ø Patativa do Assaré – “A Terra é Naturá”, produção de Raimundo Fagner. Gravadora CBS, 1981.
Ø Som Brasil - Participação de Patativa do Assaré, gravada ao vivo no Programa Som Brasil, dia 30 de novembro de 1981.
Ø Quinteto Agreste – “Quinteto Agreste” (faixa “Vaca Estrela e Boi Fubá”).
Ø Patativa do Assaré – “Patativa do Assaré”, 1985 (Projeto Cultural do BEC).
Ø Criação coletiva – “Seca D’Água”, 1985, a partir de poema de Patativa, interpetada por grandes nomes da música popular brasileira. Produção de Fagner.
Ø Alcymar Monteiro – “Rosa dos Ventos”, 1987 (faixa “Sofreu”).
Ø Patativa do Assaré – “Canto Nordestino”, Produzido por Rosemberg Cariry, 1989.
Ø Patativa do Assaré – “80 anos de Luz” 1989.
Ø Joãozinho do Exu – “Lembrando você”, 1983 (faixa – “A natureza chora”).
Ø Patativa do Assaré – “85 anos de poesia”, 1994.
Ø José Fábio – “José Fábio”, 1994 (faixas “Vaca Estrela e Boi Fubá”, “Menino de Rua”, “Lamento de um nordestino” e “Estrada da minha vida”).
Ø Mastruz com Leite – “O Boi Zebu e as Formigas” 1995 (faixa título).
Ø Sérgio Reis – “Marcando Estrada”, 1995 (faixa “Vaca Estrela e Boi Fubá”).
Ø Cícero do Assaré – “Meu passarinho meu amor”, 1996 (faixas “Meu passarinho meu amor” e “Lamento de um nordestino”).
Ø Mastruz com Leite – “Em todo canto tem cearense, inclusive neste cd” (faixa “Sem Terra”). Fortaleza.
Ø Fagner – “20 Super Sucessos II” (faixa “Vaca Estrela e Boi Fubá”).
Ø Pena Branca e Xavantinho – “Cio da Terra”, 1996 faixa (“Vaca Estrela e Boi Fubá”).
Ø Gildário – “Sou Nordestino” (faixas “Saudade”, “Tenha pena de quem tem pena”, “Assaré Querido” e “Sou Nordestino”).
Ø Cláudio Nucci e Nós & Voz – “É boi” (faixa “Vaca Estrela e Boi Fubá”).
Ø Alcymar Monteiro – “3º Circuito de Vaquejadas”, 1997 (faixas “Ingém de Ferro” e “Nordestino sim, nordestino não”).
Ø Renato Texeira e Pena Branca e Xavantinho – “Ao Vivo em Tatuí” (faixa “vaca Estrela e Boi Fubá”).
Ø Gildário – “Agora” (faixas “A tristeza”, “Saudação a Juazeiro”, “Morena e Mastruz com Leite”).
Ø Baby Som – “Quente e Arrochado – volume 2” (faixa “Ao rei do baião”).
Ø Alcymar Monteiro – “Eterno Moleque” (faixa “Minha Viola”).
Ø Daúde – “Daúde”( faixa “Vida Sertaneja”).
Ø Abidoral Jamacaru – “O Peixe”, 1997 (faixa título).
Ø Simone Guimarães – “Cirandeiro, 1997 (faixa “Sina”).
Ø Cantorias e Cantadores 2 – Pena Branca e Xavantinho (faixa “Vaca Estrela e Boi Fubá”). Kuarup Discos, s/d.
Ø José Fábio – “José Fábio canta Patativa do Assaré, 1998.
Ø Notícias do Brasil – Myrlla Muniz canta Casinha de Palha. Cariri Discos. Fortaleza/Brasília - 2007.
Ø Caixa do Patativa. Músicas e poemas de Patativa interpetados por Téti, Fernando Néri, Abdoral Jamacaru, Gildário, Cícero de Assaré, Myrlla Muniz, Calé Alencar, Gylmar Chaves, Cainã Cavalcante, Edmar Gonçalves, Palhoça das Artes, Banda de Pífanos dos Irmãos Aniceto, Pingo de Fortaleza, Pachelly Jamacaru, Ricardo Guilherme, Quinteto violado, Geraldo Amâncio, Zé Maria de Fortaleza, Quarteto Musiart. Produção: Calé Alencar e Gylmar Chaves. Realização: Cariri Discos e Equatorial Produções. Fortaleza – 1999.


BIBLIOGRAFIA DE PATATIVA DO ASSARÉ

v O matuto Cearense e o Caboclo do Pará. José Carvalho. Reedição. Edições UFC. Fortaleza - 1973
v Inspiração Nordestina, Rio de Janeiro, Borsoi Editor, 1956.
v Inspiração Nordestina – Cantos do Patativa. Rio de Janeiro, Borsoi Editor, 1967.
v Patativa do Assaré. Novos Poemas Comentados. J. de Figueiredo Filho, Fortaleza, Imprensa Universitária, 1970.
v Cante lá que eu canto cá. Editora Vozes. Petrópolis, 1978.
v O Metapoema em Patativa do Assaré: Uma Introdução ao Pensamento Literário do Poeta. Francisco de Assis Brito. Crato, Faculdade de Filosofia, 1984.
v Ispinho e Fulô. Fortaleza. Editado por Rosemberg Cariry. IOCE, 1988.
v Balceiro. Patativa e outros poetas de Assaré. Organizado por Patativa do Assaré e Geraldo Gonçalves de Alencar. Editado por Rosemberg Cariry. Fortaleza, SECULT/IOCE, 1991.
v Filosofando com Patativa. Jesus Rocha. Fortaleza, Stylus Comunicações, 1991.
v Cordéis do Patativa. Caixa com 13 folhetos. Juazeiro do Norte, Lira Nordestina (edição da Secult com apoio da Prefeitura Municipal de Juazeiro do Norte).
v Aqui tem coisa. Fortaleza, Secult/IOCE, 1994.
v Nordestinos. Coletânea poética do Nordeste brasileiro. Organizada por Pedro Américo de Farias. Lisboa, Editorial Fragmentos, 1994.
v Patativa e o universo fascinante do sertão. Plácido Cidade Nuvens. Fortaleza, Unifor, 1995.
v Letras ao Sol. Antologia da Literatura Cearense. Organizada por Osvald Barroso e Alexandre Barbalho. Fortaleza, Fundação Demócrito Rocha, 1998.
v Patativa do Assaré – Um Clássico. Plácido Cidade Nuvens. A Província Edições. Crato – 2002.
v Patativa do Assaré - Pássaro Liberto. Gilmar de Carvalho. Edição Museu do Ceará, Fortaleza, 2002.
v Patativa Poeta Pássaro do Assaré – Gilmar de Carvalho. Editora Inside Brasil. Fortaleza, 2000
v Patativa do Assaré – Uma voz do Nordeste. Sylvie Debs. Editora Hedra. São Paulo, 2000.
v Patativa – A trajetória de um canto. Luiz Tadeu Feitosa. Editora Escrituras. São Paulo, 2003.
v Patativa do Assaré – Antologia Poética. Org. Gilmar de Carvalho. Edições Demócrito Rocha, Fortaleza, 2001.
v Patativa do Assaré – As razões da emoção. Cláudio Henrique Sales Andrade. Editora UFC, Fortaleza, 2004.
v Balceiro 2 – Org. Patativa do Assaré e Geraldo Gonçalves de Alencar. Edições Secult/Terceira margem, Fortaleza/São Paulo, 2001.
v Patativa do Assaré – Digo e não peço segredo. Org. por Tadeu Feitosa. Editora Escrituras, São Paulo, 2001.
v Melhores poemas de Patativa do Assaré. Seleção e apresentação de Cláudio Portela. Global Editora. Rio de janeiro, 2006.
v O poeta do Povo: vida e obra de Patativa do Assaré. Assis Ângelo. São Paulo, CPC-UMES, 1999.
v Ao pé da mesa, motes e glosas. Patativa do Assaré e Geraldo Gonçalves de Alencar. Terceira Margem./ Secult. São Paulo/Fortaleza, 2001.
v Poésie du Nordeste du Brésil, de Jean-Pierre Rousseau – Coletânea de de poetas eruditos e populares cearenses, traduzidos para o francês. Ilustração de José Leite Mesquita – Edição Cahiers Bleus. Paris - 2002.


quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Abertura da Campanha da Fraternidade em Farias Brito









O Padre José Coringa presidiu a celebração.


O Padre Valdênio Nergino fêz a leitura do Evangelho








A tradicional missa de início da Quaresma na Matriz de N. Sra. da Conceição em Farias Brito, aconteceu nesta Quarta-feira de Cinzas, e marcou mais uma abertura da Campanha da Fraternidade. O tema " Fraternidade e Segurança Pública" e com o lema: "A paz é fruto da Justiça", ela passa pelo direito à vida, à moradia, à saúde, à educação, ao lazer, à cidadania. E é sobre essas questões que a Campanha da Fraternidade irá se debruçar este ano.
Em todas as comunidades rurais e urbanas da Paróquia da Imaculada Conceição serão realizados Encontros com as famílias. Os textos da Campanha da Fraternidade, distribuídos aos representantes das comunidades, auxiliarão os Encontros e a realização da via-sacra.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Duzentos anos da imprensa no Brasil


Aniversário de Casamento


Ontem, dia 16 de Fevereiro, o casal Iari Lacerda e Laice Almeida comemorou 35 anos de casados. Yuri, Marco Aurélio, Melina, Thially, Marcos Antônio, Sabrina e o Blog Farias Brito lhes parabenizam e agradecem por toda a dedicação ao longo dos anos tanto a sua familia como à sociedade.

Desejamos muitos anos de companheirimos, paz, saúde e muitas coisas boas para o casal!

Blog Farias Brito
- Por Yuri Lacerda

Poesia "Juazeiro do Norte"

Por Luiz Domingos de Luna


Correu o boato primeiro
No Vilarejo ignorado
No Cariri instalado
Do Ceará, o Juazeiro:
Um padre piedoso,
Acolhedor de peregrino,
No sertão nordestino,
De coração bondoso,
Instrutor do povo,
Desprovido e miserável.
A seca da terra arável,
O arado para o novo
De pedintes, aos sertanejos.
De penitentes à instrução,
Do trabalho a oração,
A sábia pregação,
No púlpito, chegou primeiro.
Assim nasce juazeiro
Do sertanejo, - A missão.
Qual era o penitente
Que não encontrava conforto
Na casinha lá do horto?
O patriarca presente,
As minas do Coxá
Para a futura messe,
A base que engrandece
A sua missão popular,
A Santa Cruz presente
No cruzeiro itinerante.
Não tem povo ignorante
Quando se planta a semente
Qual o raiar sem hino
Da harmonia ritmada.
Do Araripe - a chapada
De um povo peregrino,
O Sonho de Canaã
Jorrando leite e Mel
Nem a princesa Isabel,
Conseguiu àquela manhã.
Cícero Romão Batista, instalou
Uma nova realidade,
Juazeiro uma cidade
Que com o povo criou
Nasceu da fé popular,
No nordeste ganhou vida,
Do sertanejo a acolhida.
O Rezador estava lá,
A Ordem Organizada,
A Cruz que simbolizou
O patriarca aceitou
Esta grande empreitada.
Adjetivo se coloca,
Mas não se sabe a bonança.
Um povo com esperança.
Quando a cruz se desloca,
O cruzeiro vai à frente
Abrindo um novo destino
Do santo nordestino
Popular - Orador, Consciente.
Renovações cantadas,
Romarias em direção
Do sertanejo ao sertão.
Juazeiro - Em baladas
Cantai no alto da noite
O hino da Ladainha
Ao caminho, logo vinha.
Em busca de juazeiro.”

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

A Morte do Rio Salgado

Por Luiz Domingos de Luna



É urgente uma política de conscientização sobre a importância da relação entre o homem e seu espaço geográfico, pois, o nível de harmonia entre os seres vivos e o meio ambiente é condição básica para a continuidade da vida no planeta. Este artigo é um sinal de alerta para que as autoridades, as instituições e a sociedade como um todo possam refletir que o progresso, a ocupação humana de forma desordenada e a interatividade social, sem uma preocupação com o meio ambiente, sem uma política consistente de avaliação sobre os ecossistemas, e principalmente, sobre a agressão gratuita ao rio Salgado pode se converter numa situação irreversível e danosa a toda a população da região do Cariri; com implicações devastadoras para todo o sul do Estado do Ceará, Os Impactos ambientais causados pela violência com o rio Salgado, já são visivelmente sentidos pela diminuição e até mesmo extinção da fauna fluvial e da flora ciliar, pois ao primeiro contato com os habitantes mais antigos que viveram toda sua vida ao lado do leito do rio, se observa, um clima de saudosismo, tristeza, onde enumeram inúmeras espécies de peixes, aves e vegetação que já não existem e muitas vezes são raros os exemplares que até bem pouco tempo existiam em abundância. O Rio Salgado é uma prova viva da rapidez de destruição deste ecossistema tão importante e vital para a nossa região. As recentes enchentes, onde centenas de casas, pontes e barragens, foram destruídas pelo rio Salgado (janeiro/fevereiro, 2008) é uma reação violenta da natureza, quando esta, é agredida gratuitamente, sem nenhum planejamento, sem nenhum estudo científico prévio, e quando é tratada sem seriedade pelo homem. Enquanto a água está sendo reconhecida mundialmente como o bem mais precioso do século, o rio Salgado está morrendo, pois os dejetos e resíduos doméstico, industriais, hospitalares e públicos estão sendo despejados no rio que corta os municípios de Crato-Ce, Juazeiro do Norte-Ce, Barbalha, Brejo Santo, Mauriti, Missão Velha, Milagres, Caririaçu, Aurora, Lavras da Mangabeira, Cedro e Icó desembocando no Rio Jaguaribe abaixo do açude Orós, {após a ponte de Piquet Carneiro} ao longo deste percurso o Salgado é poluído e como consequencia contamina o lençol freático da região. O Rio Salgado necessita urgentemente de uma limpeza geral e uma despoluição completa, pois além de ser fonte de vida para as comunidades ribeirinhas, é também centro da produção agropecuária no sul do Ceará.

Postagem e Fotografia
Por Luiz Domingo de Luna.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Livro: Caminhos da Fé

Mais um bom livro do fariasbritense Professor Serginho, leia a apresentação:

APRESENTAÇÃO:


Caminhos da fé é um livro que trata de assuntos ou
temas de caráter religioso, mais precisamente um compêndio das minhas
pregações e palestras, construindo textos de forma didática e
interessante que tem como objetivo contribuir para a edificação da fé
do público evangélico ou de outros segmentos religiosos.


Nas diversas vezes que ministrei palestras bíblicas,
tive a oportunidade de ver como o público religioso é sedento e
carente do ensino e instrução bíblica, pois convenhamos que há uma
expressiva necessidade de se educar o povo no que concerne ao ensino
cristão; ensino este, não restritamente doutrinário, mas, sobretudo
ensinamentos práticos que contribuam para o esclarecimento das
questões do dia-a-dia, questões que necessitam ser tratada com base na
luz bíblica, que venham subsidiar a fé do povo e contribuir para o seu
crescimento espiritual.


Cada mensagem traz suas particularidades e
especificidade, tendo como parâmetro a glorificação ao Deus Todo
Poderoso e a própria edificação da sua Igreja; outrossim, trata-se de
temas que, apesar de estarem voltados à espiritualidade, têm um valor
prático; são conceitos, orientações, princípios que podem e devem ser
observados e praticados por qualquer pessoa independente de suas
crenças religiosas.


Caminhos da fé é uma obra recheada de comentários e
declarações baseadas nos ensinos bíblicos, são mensagens outrora
ministradas pelo próprio autor, geralmente em cerimônias religiosas
(cultos, retiros, seminários..), e agora transcritas de forma textual
e didática tendo como objetivo abençoar o leitor com a partilha deste
conteúdo.


Enfim, não é uma obra de caráter doutrinário ou
dogmático, nem tampouco de caráter denominacional, mas, resultado da
reflexão devocional, estudos e pesquisas de uma simples pessoa que
acredita nos irrefutáveis princípios bíblicos e vê nesta obra uma
oportunidade de compartilhar sua visão e entendimento de algumas
questões de cunho espiritual, com a certeza que não sou, nem de longe,
dono da verdade nem representante exclusivo da mesma; é uma obra que
não agride a nenhum segmento ideológico ou religioso, mas faz apologia
aos princípios registrados e disponíveis na Bíblia, acreditando ser o
caminho deixado por Deus aos homens na busca e compreensão da sua
própria existência.


O livro apresenta assim uma seqüência de temas variados,
todos seguindo uma lógica e ordenamentos textuais e didáticos,
apresentados com suas divisões e sub-divisões objetivando facilitar a
leitura e, obviamente, o entendimento do tema proposto.


Antônio Sérgio Moreira dos Santos, Autor.

Contato: antoniosergio.moreira@bol.com.br

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Ensino Superior é ampliado no Cariri

Novos cursos de Ensino Superior são ofertados no Cariri, com destaque para Filosofia, da Faculdade Católica

Crato. A Faculdade Católica do Cariri, com sede em Crato, abriu inscrições para o seu primeiro vestibular, que será realizado no dia 8 de março, à tarde. A nova entidade de nível superior, que é mantida pela Fundação Padre Ibiapina, está oferecendo 40 vagas para bacharelado e 40 para licenciatura em Filosofia. O diretor, padre Marcondes Torquato, informou que o curso de Filosofia atende a uma exigência do mercado regional que necessita de profissionais da área.

A maior parte dos formados, segundo padre Marcondes, atua como professor em universidades, faculdades e escolas de Ensino Médio e Fundamental. Há vagas em escolas particulares e também na rede estadual, onde a Filosofia é disciplina obrigatória no Ensino Médio. O sacerdote lembra também que alguns órgãos públicos e Organizações Não-Governamentais voltadas para a área social estão contratando filósofos para atuarem como consultores éticos. "A filosofia é a análise e crítica na busca do conhecimento do mundo e do homem", afirma ele.

Ciências Agrárias
Dentro de 60 dias, será construído no Crato, o prédio do Curso de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Ceará (UFC), que funciona precariamente nas dependências da Universidade Regional do Cariri. O anúncio foi feito pelo prefeito do Crato, Samuel Araripe, após reunião com o reitor da UFC, Jesualdo Farias.

O reitor esteve reunido com o chefe do Executivo, que garantiu a infra-estrutura para a alocação do curso, além da doação do terreno, já efetivada pela Prefeitura, inclusive com projeto de lei aprovado pela Câmara Municipal. A unidade de Ensino Superior será construída no bairro Muriti, ao lado da Faculdade Católica, na margem da Avenida Padre Cícero, que liga Crato a Juazeiro.

Na mesma área será construído o Centro de Convenções do Cariri, que, segundo o prefeito, também deverá ser iniciado em 60 dias. Samuel destacou que esta obra vai garantir divisas para o Crato, principalmente na área de infra-estrutura turística, possibilitando a realização de grandes eventos, a ocorrerem no futuro próximo na cidade do Crato.

O Cariri é o maior centro universitário do interior. Somente a Universidade Regional do Cariri (Urca), com sede em Crato, possui 18 cursos, com cerca de 10 mil alunos matriculados. Juazeiro do Norte conta com mais três faculdades, com cerca de 20 cursos, entre os quais, a Faculdade de Medicina de Juazeiro da UFC.

VESTIBULAR
80 vagas estão sendo ofertadas para o vestibular do curso de Filosofia, da Faculdade Católica do Cariri, sendo 40 em nível de Licenciatura e mais 40 para Bacharelado. Inscrições já estão abertas

Mais informações:
Faculdade Católica do Crato
Rua Coronel Antônio Luiz, 1068
Centro, Crato (CE)
Região do Cariri
(88) 3586.9050

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Conheça o Brasil - Pipa / RN

Hoje o Blog Farias Brito inaugura uma nova seção de artigos que é o "Conheça o Brasil". Esta coluna tem o intuito de mostrar lugares bonitos do nosso país, compartilhando com os nossos leitores lugares que valem a pena conhecer.


Muitas vezes deixamos de conhecer lugares belíssimos por puro comodismo ou às vezes até desconhecimento. Há muitos lugares bonitos em nosso Nordeste - seja praias ou serras. Uma das praias mais belas do nosso nordeste com certeza é a Praia e Pipa / RN. Além de ser uma das mais badaladas, Pipa tem uma beleza indescritível que só indo lá mesmo para conhecer.


Pipa está localizada no município de Tibau do Sul, há aproximadamente 60 km da capital do Rio Grande do Norte, Natal. No lugar são várias as opções de restaurantes, bares e boates. Em baixa estação há pousadas muito boas com um preço bastante acessível. Com R$ 60,00 - 70,00 reais se consegue um quarto duplo com ar-condicionado em uma excelente localização. Há restaurantes com preços bem variados (e qualidades também).

As praias do lugar são excelentes, com direito a falésias, dunas, piscinas naturais, etc. Com certeza é uma excelente opção para uma viagem seja em família ou seja para badalação.

Mapa do Crato /CE para Pipa / RN


Por Yuri Lacerda

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Domingo Legal promove reencontro emocionante, em Farias Brito

Esta semana, no quadro De Volta Pra Minha Terra, do Domingo Legal, no SBT, Gugu Liberato e o repórter Danilo Manha mostram a emocionante história de Maria do Socorro que, após anos vivendo em São Paulo, resolveu voltar para Crato (Ceará) e recomeçar a vida ao lado dos filhos.

Aproveitando a viagem, Gugu Liberato pediu ao repórter para passar na cidade de Farias Brito e ver como estava a família de Antônia Joelma e Tenisvan que, com suas quatro filhas, voltaram para o Ceará no ano passado.

O resultado? Satisfatório! Eles conseguiram utilizar muito bem os prêmio do Domingo legal e os dois cômodos de São Paulo deram lugar a uma ampla casa de oito cômodos, com direito à vista para a Serra do Cariri.

Tenisvan, que sonhava voltar aos campos com a ajuda do programa, hoje é treinador das equipes de base do futebol de Farias Brito.

Domingo Legal é exibido a partir das 18h30, pelo SBT.

Fonte: O Fuxico

domingo, 8 de fevereiro de 2009

O Sertanejo - Por Francis Gomes

O Sertanejo Seu doutor sou sertanejo Num sei ler mais eu pelejo Fazer meu verso rimado As vez num sai direito A rima num sai perfeito E o verso fica quebrado. Patativa do Assaré Nosso poeta de fé, Que Deus tenha lá em cima. Disse que no mês de maio Nasce um verso em cada gaio, E em cada flor uma rima. Que poeta de valor Num precisa professor Prá lhe ensinar a rimar. Ser poeta é dom e arte Da obra de Deus faz parte, Quando nasce Ele já dar. Num preciso de cultura, Ciência ou boa leitura, Prá falar do meu sertão. Tenho tudo que preciso, Pois é mermo um paraíso O meu pedaço de chão. De modo que levo a vida Cuidando da minha lida Mermo sem ter estudado. Mas falo de coração Nas coisas do meu sertão Eu sou um doutor formado. Da terra eu conheço bem De tudo que ela tem, Tiro sempre bom proveito. E o senhor é um marombado Fica a botar mal olhado No que não sabe direito. Eu vou falar a verdade Num conheço a cidade, Mas isso não me aperreia. Pois conheço meu sertão Por cada palmo de chão E cada grão de areia. E duvido que o senhor Com seus trajes de doutor Conheça bem seu lugar. Como eu conheço sertão Como a palma da mão E tudo que nele há ... ...E as nossas árvores fruteiras? Seriguela, mangueiras, Pitombeiras, cajueiros, Graviola, pinha, condessa, E antes que eu esqueça, Vários tipos de umbuzeiros. Sei que num sabe o que é, Mas tem o coco catolé, Que só se encontra no serrado. Onde a terra é mais molhada, E a mata é mais fechada, Do que é pelo baixado. Também tem a carnaúba, Goiabeira, macaúba, Mutamba e tamarina. Ameixa e limão da terra, E as vez no pé da serra, Argum pé de tangerina. ...Dos Passarim cantador Que vosmecê seu doutor Num sabe nem se existe. Eu conheço um por um, E o canto de cada um Desde o alegre ao mais triste... Eu não vou me aparecer Falando pra vosmecê O nome de cada um. Mas só prá lhe provocar Meu senhor eu vou falar Somente o nome de argum. O anum branco e preto, O João de barro arquiteto, O nambu e a juriti. O rouxinol do telhado, O gavião do serrado, A patativa e o bem-te-vi. Além do bico de osso, O azulão assanhaço, E o azulão de urtiga. Também o galo campina, O uirapuru da colina, Que é o rei da cantiga... Dois tipos de sabiá Que quando dana a cantar, Inveja quarquer cantor. O careta, o coleirinha, Lavadeira e andorinha, E vária espécie de beija flor. Canários de vários tipos, Araras e periquitos, Crespina e muito mais. E só pra causar inveja, Voando em nossa igreja, Os rebanhos de pardais. Rolinhas têm de montão Além do lindo cancã Papagaio inteligente. Quase todo mudo cria, Ele canta e assobia Melhor do que muita gente... ...Me desculpe por lhe falar Vosmecê vai concordar, Proque eu tenho razão. Falar verdade é preciso Só conhece o paraíso Quem conhece o meu sertão. Francis Gomes

Fazer valer à pena - Por Francis Gomes

Fazer valer à pena Lembre-se o importante não é a penas saber, mas viver o que sabe, não basta viver, mas fazer valer apena viver. O mundo pode ser grande ou pequeno, depende de nós. Pequeno se pensarmos pequeno, e criarmos dentro de nós um mundo pequeno, limitado, cheio de obstáculos e poucas opções. Grande quanto pensamos alto. Temos objetivos e confiança, então podemos chegar a varias opções que nos leva a vitória. Se nos sentirmos inferiores a todos, seremos inferiores a todos. Porque isso depende de cada um. Também não quer dizer que devemos sentir superiores a todos, mas capazes como todos. Há uma grande diferença entre ter e conseguir: Ter pode ser algo fácil, como ganhar um presente, mas conseguir, isso depende do teu esforço, da tua luta, de tua dedicação, da sua vontade de vencer, e acima de tudo, de tua confiança em Deus e em ti mesmo. Lembre-se que quem entra em uma guerra pode ganhar ou perder depende da forma como você luta. Se ganhar, serás coroado como vencedor, mas se perder? Perda como herói, é melhor ser herói mesmo perdendo, que ser covarde e desistir sem se quer saber que seria capaz. O nosso ponto forte está dentro de nós assim como a fraqueza de nossos adversários através de nossos pensamentos positivos. Lute e vença, os que lutam mesmo que percam serão chamados guerreiros, mas os que desistem serão chamados covardes. Viva não por viver, viva, mas faça valer apenas viver. Francis Gomes

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Enquanto a Terra chora, o Céu se abre em festa.


Antonio Almeida partiu.

Vai deixar na Terra, principalmente no velho Quixará,
um vazio que não se pode mensurar, pois as virtudes
estão acima de qualquer juízo.

Herdou e deixou como herança, uma limpeza de caráter
só comparável, as que costumamos atribuir aos santos.

Na vida fez uma caminhada, onde a paz era
a sua principal imagem, e a sua mansidão era
a sua marca registrada.

Sorriso largo nos olhos sabia como ninguém,
transmitir um sentimento de confiança
que o fazia ímpar entre todos que o conheciam,
tendo deixado para a memória de Farias Brito,
toda a pureza que carregava na alma.

Ficamos por demais tristes, mais entendemos
que a nossa passagem, faz parte das regras
que nos foram impostas aos chegarmos a essa vida.

A comitiva angelical o estará esperando,
e sabemos que o seu aceno lá de cima, vem apenas
acompanhado de um " Até breve " .

Daqui de baixo só nos resta desejar " Boa viagem ",
e que o Céu o receba com todas as honras,
de braços abertos.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Casa de Arte e Cultura Rosemberg Cariry: Ponto de Cultura

A Casa de Arte e Cultura Rosemberg Cariry, com sede na Cidade de Farias Brito na antiga residência do Sr. Aurélio Liberalino de Menezes, foi vencedora do Edital Ponto de Cultura, da SECULT. Através da Associação Cultural Curumins do Sertão, a entidade participou com a apresentação do Projeto "Meninada no Palco", sendo contemplada com recursos do Governo do Estado do Ceará. Parabenizamos a Diretoria da entidade, que tem a frente o Prof. Manoel Nailson Teixeira de Carvalho. A Cidade de Farias Brito e os seus 'curumins' comemoram com muita alegria.

Confira no site www.secult.ce.gov.br

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Aristides com sua loucura quixotesca, em prol da memória, e da cultura.


Farias Brito tem uma longa história de loucos.
A loucura que para muitos significa um desvio
de consciência, ou um desequilíbrio das regras
mentais, na minha opinião não passa de um poder
em se opor a todas as regras que a sociedade tenta
amordaçar aos impulsos da liberdade
e de interpretação pessoal.
Farias Brito recebeu, um dos seus principais loucos
que já desembarcaram no seu cotidiano.
Só um possuído por acesso de loucura, largaria
uma confortável vida na principal urbe do sul do país,
para resgatar bens culturais de um torrão tão estranho,
que mal se sabe ao que o levou a tantos desafios.
Com uma vontade incomum de descobrir origens,
e dar cidadania a pessoas que se perderam nas entranças
da vida, essa figura de ares estranhos, caminhado trôpego,
e linguajar alvoroçado, vai demonstrando ao mundo,
como na vida se encara um desafio, de construir laços
históricos, e dar a um povo um resgate de suas origens.
No meio de um amontoado de lixo, e resquícios
de administradores públicos irresponsáveis,
resolveu criar um espaço, que nenhum dos seus filhos
legítimos um dia se quer, ousou em sonhar:
o Arquivo Público de Farias Brito.
Como um louco comportou-se, como um louco viveu
uma vida de trabalho e dedicação, como um louco
deu a Farias Brito o maior exemplo de dignidade,
que só um louco pela vida e pela dignidade humana,
poderia imaginar.
Ao Aristides, guardo pela sua pessoa, um respeito
humano dos mais profundos, e externo o maior sentimento
de agradecimento e de gratidão, por ter tornado possível,
clarear mentes e abrir horizontes, no meio de tantos
desafios impostos.
Farias Brito um dia irá reconhecer esse amor tão profundo,
que só aos loucos, é dado o poder soberano de entendê-los.

Monsenhor Ágio Augusto Moreira - A memória viva do velho Quixará.

Coqueiro centenário,visão obrigatória da família Augusto Moreira no Quixará.
.
Hoje é um dia muito especial para toda Região do Cariri,
para todos que cultuam os preceitos da religião católica,
para quem acredita e cultua a família como mola mestre
e alicerce na formação familiar, para quem acredita
na beleza da vida, e na salvação da raça humana.

Foi do seio da família Augusto Moreira, que vi os primeiros
passos de bons exemplos, de visão humanitária, da palavra
sacerdócio como exemplo de dedicação ao próximo,
de investimento pessoal em educação não para amealhar
bens materiais, e sim para dar à sua comunidade uma visão
de mundo, de crescimento moral e de desenvolvimento intelectual.

Dos sons daquele velho harmônio que embelezava as pregações
religiosas no velho Quixará, saíam a força interior, que
Augusto Moreira usava para relaxar, dos momentos
de descanso da sua profissão de farmacêutico que exercia com maestria,
salvando vidas, pois a cidade não dispunha nem de médicos nem
de hospitais que atendessem a população.

Além dos bons exemplos perpetuados em sua memória, deixou
para o mundo como herança, seus filhos, que plantaram e plantam
até nossos dias, os mais belos sentimentos de dignidade humana.

Aos que se foram Padre David, Lapércio, e Eliezer, guardamos com
orgulho seus nomes cravados e incrustados, na memória
e no desenvolvimento da cultura e da educação brasileira.
Ao monsenhor Ágio Augusto Moreira nos seus bem vividos 91 anos,
fica o nosso sentimento de gratidão, por tudo que tem feito para tornar
nossas vidas num fio de esperança, em prol da preservação da vida,
da família, da religião, do amor ao próximo, e te todos os bons sentimentos
que norteiam o desenvolvimento e a sobrevivência da nossa sociedade.