Luiz Domingos de Luna*
Cantada e decantada em verso em prosa, nutrida e destilada como a arte pura da criação do sertanejo, comparada ao paraíso perdido, - jardim do Éden, á Canaã, a terra de leite e mel, a pureza perfumada de uma rosa, é assim que é tratada na literatura, na história, na vida, seja no plano racional ou emocional, mas esta pobre e amarelada cultura, não passa de uma substituição do pleno pelo não pleno, do básico pelo não básico, do total pelo não total, do ideal pelo não ideal, do todo pela parte senão, vejamos:
A geladeira - um pote pingador Uma cama confortável - uma rede de tear Um almoço digno - um prato de angu Um automóvel - a cangalha de um jumento coiceiro Uma empresa - um tabuleiro improdutivo Uma caneta - uma enxada de três libras Um vigilante - uma cadela cheia de carrapato Um ar condicionado - um abano Um fogão a gás - um fogão de lenha Um rádio - uma gaiola de canário O telefone - os fogos de artifício A praia - um açude lamacento O elevador - um pé de coqueiro A sauna - é o próprio trabalho A murada da mansão - uma cerca de faxina A mansão - Uma tapera de barro cru O caviar - é ova de curimatã Uma maleta 007 - é saco de nó cego O avião - é uma pipa voadora A prancha de surfe - é o couro seco de carregar capim O teclado - é um pé de bode O carnaval - é um adjunto de trabalho Uma missa de gala - é uma novena Uma marcha nupcial - é o miseré O escritório - é o alertai O relógio - é um galo gogento no terreiro ou o jumento, durante o dia Um concerto musical – uma ópera de penitentes
- Mas, ainda bem que a televisão é a própria televisão e a novela é a própria novela, pois, para quem saiu do sertão nada mais gratificante do que incentivar, louvar e viver as reminiscências do sertão, mas para quem não saiu, nada melhor do que ver o modo de vida dos egressos sertanejos pela televisão, no grito de sempre:
Tudo no ponto e, - Adeus Sordade!!!
(*) Professor da Escola de Ensino Fundamental e Médio Monsenhor Vicente Bezerra - Aurora
Cantada e decantada em verso em prosa, nutrida e destilada como a arte pura da criação do sertanejo, comparada ao paraíso perdido, - jardim do Éden, á Canaã, a terra de leite e mel, a pureza perfumada de uma rosa, é assim que é tratada na literatura, na história, na vida, seja no plano racional ou emocional, mas esta pobre e amarelada cultura, não passa de uma substituição do pleno pelo não pleno, do básico pelo não básico, do total pelo não total, do ideal pelo não ideal, do todo pela parte senão, vejamos:
A geladeira - um pote pingador Uma cama confortável - uma rede de tear Um almoço digno - um prato de angu Um automóvel - a cangalha de um jumento coiceiro Uma empresa - um tabuleiro improdutivo Uma caneta - uma enxada de três libras Um vigilante - uma cadela cheia de carrapato Um ar condicionado - um abano Um fogão a gás - um fogão de lenha Um rádio - uma gaiola de canário O telefone - os fogos de artifício A praia - um açude lamacento O elevador - um pé de coqueiro A sauna - é o próprio trabalho A murada da mansão - uma cerca de faxina A mansão - Uma tapera de barro cru O caviar - é ova de curimatã Uma maleta 007 - é saco de nó cego O avião - é uma pipa voadora A prancha de surfe - é o couro seco de carregar capim O teclado - é um pé de bode O carnaval - é um adjunto de trabalho Uma missa de gala - é uma novena Uma marcha nupcial - é o miseré O escritório - é o alertai O relógio - é um galo gogento no terreiro ou o jumento, durante o dia Um concerto musical – uma ópera de penitentes
- Mas, ainda bem que a televisão é a própria televisão e a novela é a própria novela, pois, para quem saiu do sertão nada mais gratificante do que incentivar, louvar e viver as reminiscências do sertão, mas para quem não saiu, nada melhor do que ver o modo de vida dos egressos sertanejos pela televisão, no grito de sempre:
Tudo no ponto e, - Adeus Sordade!!!
(*) Professor da Escola de Ensino Fundamental e Médio Monsenhor Vicente Bezerra - Aurora
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