sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Celebração do XX Natal das Famílias do Sítio Patarábia - Por Laice Almeida


 No dia 20 do corrente mês foi comemorado o Vigésimo Natal das Famílias do Sítio Patarábia pelo casal Dr. Iari Lacerda e Maria Laice Almeida.
É uma prática que permanece viva desde quando o casal recebeu por herança de seu pai e sogro Aurélio Liberalino o sítio, juntamente com sua irmã Salete Almeida .
Essa confraternização é celebrada com uma Celebração em ação de Graças por jovens do Crato ligados à renovação carismática, seguido de um Jantar, Entrega de Alimentos e Recreações com sorteios.

Além das famílias do sítio Patarábia temos a presença de famílias do Sítio São Vicente, Riacho Verde e Cachoeira, além de nossos familiares e amigos que nos acompanham nesta parceria.

Este ano nós comemoramos de uma forma mais especial porque estávamos celebrando os vinte anos que aqui chegamos na fazenda.


Na ocasião foi apresentado um texto em multimídia narrando toda a nossa história com estas famílias e todos os eventos que vivenciamos juntos. O texto está apresentado a seguir.
No ensejo queremos agradecer a todos que de forma direta ou indireta nos apoiaram neste projeto e desejamos votos de um 2014 repletos de saúde, paz e alegria! 
Iari e Laice
Fotos: Yuri Lacerda




Fazenda Patarábia: nossa Linda historia de Amor! - por Laice Almeida
Uma linda manhã do mês de outubro de 1993 chegamos ao Sítio Patarábia. Meu pai, Aurélio Liberalino havia falecido em 20 de junho deste mesmo ano e havia nos deixado o Sítio como herança, juntamente com a minha Irmã Salete.

O primeiro contato que tivemos com as famílias aqui residentes foi bastante emocionante, pois elas gostavam muito dele e o tinham como verdadeiro amigo.
Já nesse primeiro olhar, nos apaixonamos pelo lugar e pelas pessoas que aqui moravam, pois eram bastante solidárias, amigas e acolhedoras! Era como se de repente: a amizade e a confiança depositada em meu pai estivesse sendo passada para nós.
Iniciamos nossos trabalhos e em dezembro deste mesmo ano celebramos nosso primeiro Natal com estas famílias.
No início era uma vida muito simples, pois não tínhamos energia elétrica, água encanada, a água era trazida em latas na cabeça e colocada em potes. As famílias não tinham filtro e nem tampouco a água era clorada.  O pilão era utilizado para pilar o arroz, o milho e o café, que posteriormente era torrado no caco.
 Nem por isso deixávamos de sermos felizes.  A nossa comidinha era feita em fogão à lenha, usávamos a panela de barro. As nossas noites eram iluminadas pelo luar e os candeeiros. Observávamos mais o céu, a lua e as estrelas. As famílias se reuniam mais para conversar, contar causos, fazer orações, pois a televisão não havia invadido as nossas casas.
As casas a maioria eram feitas de taipa em regime de mutirão. Não havia banheiros, por isso à noite usávamos penico e dormíamos em redes. Foi aqui onde aprendemos verdadeiras lições de humildade e respeito mútuo. Se faltasse café, ou qualquer outro gênero alimentício eles se ajudavam mutuamente. Da mesma forma se alguém adoecesse eles deixavam sua casa e família para cuidar do doente.
O idoso era a pessoa da comunidade mais respeitada. Aqui na Patarábia nós encontramos Seu Brasil, que morava com Seu Antonio Ferreira e Dona Maria, Seu Ciriaco, pai de Nonata, Seu Dário, nosso vaqueiro, que já havia sido vaqueiro de meu avô materno, Né de Almeida e de meu pai: Aurélio Liberalino. Seu Raimundo, Seu Augusto, Chico Cardoso, Dona Ieda e Carmina. Todos eram possuidores de uma grande liderança e respeito e como herança da cultura indígena eram consultados sobre os problemas da comunidade e reverenciados com a benção!
A Patarábia desfrutava de uma paisagem exuberante. Havia invernos a cada seis meses. A exemplo do regime feudal vivíamos o sistema de arrendamento. Cada família plantava: arroz, milho e feijão e pagava a renda ao proprietário da terra. Além disso, plantavam: jerimum, a fava, a mandioca, a batata e a verdura. Havia muita fartura de frutas: a manga, a banana, a laranja, o limão, a goiaba, a ciriguela, a azeitona, a macaúba, etc. As mulheres fabricavam seu próprio sabão.
O riacho era delicioso! Tomávamos banho naturalmente, fazíamos cacimba, pequenos buracos para colhermos água sem receio, pois sabíamos que não era poluído. Hoje não podemos dizer a mesma coisa, apesar de cuidarmos do nosso espaço, deixando a mata ciliar em volta do riacho e preservando o meio ambiente as outras pessoas não fazem o mesmo, causando o desequilíbrio ambiental.
Apesar de toda a devastação que a natureza vem sofrendo ao longo dos anos com o descaso do Homem, a Patarábia continua bela! É uma terra, bastante fértil e produtiva!
Uma das maiores paixões nossas é apreciarmos a beleza das trilhas, o canto dos pássaros, o raiar da aurora e o gado... Ah! o gado é uma das grandes paixões de Iari.
Com a chegada da energia elétrica, mudaram-se os hábitos. Ela favoreceu a iluminação de nossas casas; a bomba para puxar a água da cacimba e um pouco de irrigação, pois é uma energia monofásica, e como tal, não desenvolve a contento as necessidades de produção. Hoje continuamos apenas com o sítio de bananeiras, que já se encontrava quando aqui chegamos em 93, uma plantação de coqueiros e o rebanho bovino.
       Incentivadas pela política do falso assistencialismo: bolsa Família, PRONAF, auxílio Natalidade, as famílias deixaram de plantar e a desenvolverem o criatório de galinhas, porcos e caprinos. Hoje, tudo é comprado no mercantil e eles deixaram de produzir.
      Ao longo destes vinte anos muitas sementes foram lançadas. Implantamos uma cultura de paz, trabalhamos uma consciência ambiental e acima de tudo o respeito à pessoa humana, independente de sua classe social.
      Em 19 de dezembro de 1999 foi colocado um cruzeiro, na serra do Espigão em frente a nossa fazenda, fruto de um sonho de Iari quando aqui chegou em 1993. Esta cruz marca a passagem do século XX para o século XXI e foi doada pelo nosso grande amigo Paulo Barbosa, já falecido.
     Nessa caminhada desenvolvemos o trabalho missionário com as famílias e as crianças: a catequese missionária. Em 2002 celebramos a Eucaristia da primeira turma de crianças. Em maio de 2005 a segunda turma e em maio de 2012 a Eucaristia da terceira turma, o Batismo de Ruan e celebramos a Páscoa das Famílias.
      Muitos natais foram celebrados, recheados de orações, distribuição de alimentos e momentos de descontrações com as famílias, as crianças e os idosos. As crianças que brincavam há vinte anos, hoje são pais de outras crianças.
      Em 2002 celebramos nossas Bodas de Prata e a Formatura de nosso primeiro filho: Marco Aurélio, aqui na fazenda.
    Ainda com as famílias realizamos passeios: ao Horto e anualmente: a novena de Santa Terezinha no LAMAJU em Farias Brito, levamos às crianças para passeios ao Memorial do  Homem Cariri em Nova Olinda e o Pontal da Santa Cruz em Santana do Cariri.
    Enfim, foram tantos momentos bons, agradáveis vividos aqui que só temos de agradecer a Deus o privilégio de desfrutar de tantas alegrias!
Laice Almeida

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Farias Brito e a Filosofia no Ceará



 Palestra proferida no I Encontro sôbre o Filósofo Raimundo de Farias Brito na cidade de Farias Brito em 20/12/2013

A filosofia deitou no Ceará raízes profundas, a Terra do Sol teve um filósofo que pode ser considerado o mais importante, primeiro e mais original dos filósofos brasileiros, Farias Brito.
           Raimundo de Farias Brito (1862 - 1917) nasceu em São Benedito, fez seus primeiros estudos em Sobral, mas com a seca teve de mudar-se com a família para Fortaleza, onde completou o curso secundário, além de dar aulas particulares; foi depois ao Recife onde fez o curso de jurídico na famosa Escola do Recife, onde ensinava Tobias Barreto. Fez parte de algumas agremiações literárias importantes do final do século XIX no Ceará, como O Clube Francês, além publicar diversos artigos e poemas em jornais cearenses como A Quinzena. Após isso regressou ao Ceará onde atuou como professor em Aquiraz e Viçosa.
           Publicou o livro A Finalidade do Mundo (1895) em três volumes, que é dividido em três partes, a primeira é “a filosofia como atividade permanente do espírito”, a segunda “os dois grandes métodos da filosofia moderna” e a terceira “teoria da finalidade”, depois foi ao Rio e depois ao Pará, atuando como advogado, promotor e professor da Faculdade de Direito de Belém. Em 1909 vai definitivamente para o Rio de Janeiro. Ali faz concurso para professor de Lógica, tirando o primeiro lugar, mas foi preterido por Euclides da Cunha, autor de Os Sertões, tomando posse após a morte deste, na mesma cadeira no Colégio Pedro II. Farias Brito publicou ainda A verdade como regras das ações (1905), A Base Física do Espírito (1912) e O Mundo Interior (1914), além destas restam ainda um volume com seus Inéditos e Dispersos. Faleceu em 1917.          
           Farias Brito teve como destino elevar a especulação filosófica no Brasil a um nível ainda não galgado foi o primeiro filósofo brasileiro a travar diálogo com os modernos sistemas filosóficos europeus e ousar uma interpretação própria da realidade contra as opiniões já reconhecidas. Criticado acidamente por uns e elogiado por outros, nosso filósofo fez com que a filosofia não se enclausurasse na academia e ao mesmo tempo não se limitasse apenas ao comentário do que se escrevia na Europa, contribuindo, mesmo que modestamente, para um filosofar autêntico, o que não foi empreendido por nenhum de seus críticos.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

De Quixará a Farias Brito

Palestra proferida no I Encontro do Filósofo Raimundo de Farias Brito em 20/12/2013 na cidade de Farias Brito.

De Quixará a Farias Brito
    Antigamente existia uma tribo de índios tapuia chamada de Quixará, sempre se acreditou que o nosso município fora chamado de Quixará por causa dessa tribo. Antes de 1953 foi pensado em mudar o nome por causa das reclamações dos agentes dos correios sobres as trocas de correspondência entre Quixará e Quixada e por medo da praga que fora rogada pelo Pe. Henrique José Cavalcante, que foi o primeiro capelão do antigo Quixará, o qual “Dizem que rumando a pé, para Araripe, logo ao sair da povoação, debaixo de um frondoso pé de Juazeiro, no sítio Lagoa de Dentro, o Pe. Henrique tirou as alpargatas, bateu o pó das mesmas e disse: Fica-te Quixará, que de Quixará não haverás de passar.” Sugiram então os nomes de Acoci ou Vale Verde, que não foram aceitos pela população. 
    Já no ano de 1953 o assunto voltou à tona, pois naquela época existiu uma enorme admiração pela obra filosófica de Farias Brito, o certo é que o então Governador Raul Barbosa se reuniu com vários prefeitos, estava a procura de uma cidade para homenagear o filosofo com o nome, o que recaiu sobre nossa cidade por causa da amizade politica que tinha entre o presidente da câmara de vereadores Sr. O Enoch Rodrigues e o governador. Então foi resolvido os problemas do correio e culminou a extinção da lembrança da praga que o Pe. Henrique rogou. E por força Lei Estadual 2194, de 15 de dezembro de 1953, art.1° “O município de Quixará passa a denominar-se Farias Brito.”

Antonio Valdemar de Oliveira Neto

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

SETENTA E SETE ANOS DE GLÓRIA.

Pátria amada

Tributo à cidade de Farias Brito

Salve! Salve! Oh pátria amada,
Berço de eterna luz,
Salve as serras, as planícies,
Onde corre o Cariús,
Onde surgiu tua história
Para mostrar tua glória,
Como um sol que reluz.

Como diz teu próprio hino:
Este torrão que viu nascer,
Como um renovo surgindo,
Também te viste crescer,
Trazendo em nossa memória,
As paginas de tua história
Que nos orgulha em saber.

Tuas terras têm calcário,
Teu minério principal,
Em tuas matas, e colinas...
Neste seio maternal,
Corre livre, alegre e solto,
O roceiro, o caboclo,
Esta gente original.

Tem a sua origem indígena,
Este povo varonil,
Quixará de tantas glórias,
Sejas Tu de outras mil
Só o teu nome mudou
Mas o progresso continuou,
Para orgulho do Brasil.

O teu sol brilha mais forte,
Nas manhãs de céu azul,
Não há gente como a nossa
Nem há pátria como tu,
Tua lua prateada
Não se compara a apagada
Lua das terras do sul.

Lá, é triste o fim de tardes,
Não tem a mesma magia,
Não se ver em revoada,
Passarinhos em cantoria,
Nossa terra é mais discreta
Nossa gente mais modesta,
Porem tem mais alegria.

Não se ver nas madrugadas
O galo cantarolar
Nem ouvi na capoeira
O nambu roxo cantar
Eu falo pra o mundo ouvir
Os pássaros que cantam em ti
Cantam mais que os de lá

Por isso, canta minha gente,
Canta alto, faz bonito,
Se orgulhem desta pátria,
Estufa o peito, solta o grito,
Salve! Salve! Oh pátria amada...
A bandeira desfraldada,
Salve o meu Farias Brito.

Francis Gomes

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

ISAU DUARTE LEITE- Exemplo de Fé e Esperança.

Na casa de Penha e Belo, no Sítio Lagoa de Dentro, nasceu Isaú no dia 19 de maio de 1928, na residência de seus genitores, no terreiro de “Mãe Porcina”, matriarca da família Leite. Nos idos de 30 juntamente com os pais e seus irmãos migrou para Exu – PE para a companhia de alguns familiares, ali permanecendo por mais de 40 anos. No Sítio Cacimbas viveu a sua infância e juventude, roceiro, agricultor, em meio à humildade e ao contato restrito ao entorno familiar, não tendo oportunidade de freqüentar a Escola. Em 1959, no primeiro dia do ano, casou-se com Irene, sua prima legítima , filha de Belo e Belinha, que residia na Lagoa de Dentro. Esta foi a passeio ao Pernambuco, para a casa de “Tia Penha’ e lá começaram o namoro que terminou em casamento. Ali nasceram os filhos Mazim e Marineide. Nos idos de 1970, retornaram a Farias Brito , onde nasceu Cícero, o filho caçula. A volta á sua terra deu-se por motivos de saúde , aqui vindo em busca de tratamento. Afirma ter sentido muita saudade do Pernambuco, onde deixou a mãe viúva e 10 irmãos. Aqui foi muito bem acolhido pelo primo e compadre Aurélio Liberalino, por quem sempre nutriu grande afinidade, consideração e respeito familiar, dando o seu filho caçula para afilhado de batismo.

Nesta terra, Isaú e sua eterna companheira Irene, habituaram-se com muita facilidade por terem voltado para casa. Ele dedicou-se ao roçado e ela ao serviço publico e assim criaram a sua família. Hoje colhe os seus frutos, aproveitando os benefícios da terceira idade com a consciência de seu dever cumprido. Sente-se amado pela sua família, percorre as ruas da cidade todos os dias fazendo “ troca de relógios” e conversando com os inúmeros amigos . Conhece muitas pessoas da localidade ou quase todas, fruto de sua memória privilegiada. Aos 85 anos, acha tão bom viver que a cada aniversário já aumenta a idade que irá completar no ano vindouro. Admira as famílias Liberalino e Leite, onde estão as suas origens, guardando um carinho especial por Isa Macêdo, que considera como prima pelo seu carinho por Madrinha Tetê e Tio Isaias, filhos de Mãe Porcina.
Abraça a comunidade de Farias Brito e agradece pela homenagem que lhe foi prestada. Bênçãos dos céus para todos e obrigado ao Padre Adalmiran pelo reconhecimento aos mais humildes.

Cícero Menezes , orgulhosamente, seu filho.

domingo, 8 de dezembro de 2013

HOMENAGEADOS NA ULTIMA NOITE DA FESTA DA PADROEIRA

Muita Alegria na última noite da Festa da Padroeira: 08 Homenagens, Leilão e muita gente presente. Muitos filhos da Terra e Convidados compareceram na 9ª Noite de Novena.






























sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

DOM FERNANDO CELEBRA EM FARIAS BRITO

O Bispo da Diocese do Crato, Dom Fernando Panico, celebrou a Missa na Matriz de N. Sra. da Conceição, em Farias Brito, nesta 6ª Feira-8º Dia da Festa da Padroeira 2013.


José de Oseas da comunidade de Barreiro do Jorge homenageado na Festa da Padroeira-2013


Raimundo Almeida homenageado na Festa da Padroeira.

Orleans, filho de Raimundo Almeida, realizou a leitura da Biografia do Pai Raimundo Almeida.

José Branco da Comunidade de Barreiro do Jorge, homenageado como exemplo de Fé.




Telina Jorge de Castro, comunidade de Barreiro do Jorge, homenageada como exemplo de Fé e Esperança.




Mário Lucas, Neto de Lindalva Almeida, fez a leitura da Biografia da Avó.