Se eu soubesse fazer um poema;
Que falasse do amor;
Do brilho do sol e o seu resplendor,
Das aves que voam na imensidão do espaço
Das flores e seu agradável odor,
Das obras perfeitas do Deus Altíssimo
Em tudo que ele criou!
De Jesus Cristo seu Filho,
O quanto ele nos amou!
Há! Se eu soubesse fazer um poema
Contando tudo que meu coração pensou,
Do principio ao fim
Descrevendo o amor;
Há! Se eu soubesse fazer tal poema!
Que pena! Poeta não sou;
Mas se eu soubesse fazer tal poema,
Que descrevesse o amor;
Eu descreveria: “você minha mãe”;
A razão maior de eu ser, o que sou;
A você “minha mãe”,
Que no seu ventre me gerou
Descrevo estes pequenos versos
Ainda que poeta não sou;
Mas se falei de minha mãe,
Certamente descrevi o amor,
Na eficácia de sua glória,
No auge do seu resplendor.
Francis Gomes
A importância do perdão
A mãe do caipirinha
Olha seu moço, me lembro como se fosse agora.
Já faz tanto tempo, é verdade,
Mas até hoje o meu coração chora,
Chora, chora de sordade.
Sempre que papai brigava comigo,
Aborrecido, eu ia chorar num canto de parede qualquer.
Mamãe me chamava, vem cá filho,
Me colocava no colo e me fazia cafuné.
Ás vezes eu nem tava sentindo mais nada,
Mas fingia, fingia mermo que estava,
Só pra ficar um pouco mais no colo dela,
Era tão bom, que eu até cochilava.
Eu gostava daquelas mãos em meus cabelos,
Secando minhas lágrimas, beijando meu rosto,
E falando: filho perdoa o papai,
Porque se você não perdoar ele morre de desgosto.
O papai do céu não gosta disso,
E vai levar o papai prá Ele, se você não perdoar.
Como eu gostava muito do papai,
Eu logo perdoava como medo de papai do céu levar.
E assim era com todos os que eu gostava,
Papai, mamãe, vovô, vovó, e até meu cachorrinho Sassá.
Se me deixasse triste eu perdoava,
Só prô papai do céu num levar.
Minha mãezinha, nunca brigava comigo.
Nunca me fazia chorar, nunca me fazia sofrer.
Mas teve um dia que eu fiz lá uma traquinagem,
E sabe seu moço, ela precisou me bater.
Num momento de raiva. Coisa de criança.
Eu falei o que num devia falar naquela hora.
Chorando, zangado, disse prá ela:
Mamãe, eu nunca vou perdoar à senhora.
Oh! Seu moço, eu nunca devia ter falado aquilo...
Por isso eu acho que a culpa foi minha.
Num demorou muito tempo,
Papai do céu veio, e levou minha mãezinha.
Mas eu chorei tanto seu moço, tanto...
Falei prá ela que eu perdoava, era só ela ficar de pé.
Mas ela nem me ouviu, nem quis saber,
Me viu chorando e nem me chamou pra fazer cafuné.
Seu moço, eu tô tão arrependido do que falei,
Num sei prá que fui falar que num perdoava,
Tanto que ela me pediu, me avisou,
Se eu num perdoasse, o papai do céu levava.
Olha seu moço, por isso eu peço pra você:
Se sua mãezinha lhe bater, perdoe na merma hora.
Porque se a minha tivesse aqui, podia me bater o quanto quisesse.
Que eu perdoava, só prô papai do céu num levar ela embora.
Porque depois que ela foi, a vida perdeu a graça,
Perdi a vontade de viver, nunca mais eu tive alegria,
Nunca mais ninguém me pegou no colo,
Nem me fez cafuné como mamãe fazia.
Francis Gomes
techekos@ig.com.br
A mãe do caipirinha
Olha seu moço, me lembro como se fosse agora.
Já faz tanto tempo, é verdade,
Mas até hoje o meu coração chora,
Chora, chora de sordade.
Sempre que papai brigava comigo,
Aborrecido, eu ia chorar num canto de parede qualquer.
Mamãe me chamava, vem cá filho,
Me colocava no colo e me fazia cafuné.
Ás vezes eu nem tava sentindo mais nada,
Mas fingia, fingia mermo que estava,
Só pra ficar um pouco mais no colo dela,
Era tão bom, que eu até cochilava.
Eu gostava daquelas mãos em meus cabelos,
Secando minhas lágrimas, beijando meu rosto,
E falando: filho perdoa o papai,
Porque se você não perdoar ele morre de desgosto.
O papai do céu não gosta disso,
E vai levar o papai prá Ele, se você não perdoar.
Como eu gostava muito do papai,
Eu logo perdoava como medo de papai do céu levar.
E assim era com todos os que eu gostava,
Papai, mamãe, vovô, vovó, e até meu cachorrinho Sassá.
Se me deixasse triste eu perdoava,
Só prô papai do céu num levar.
Minha mãezinha, nunca brigava comigo.
Nunca me fazia chorar, nunca me fazia sofrer.
Mas teve um dia que eu fiz lá uma traquinagem,
E sabe seu moço, ela precisou me bater.
Num momento de raiva. Coisa de criança.
Eu falei o que num devia falar naquela hora.
Chorando, zangado, disse prá ela:
Mamãe, eu nunca vou perdoar à senhora.
Oh! Seu moço, eu nunca devia ter falado aquilo...
Por isso eu acho que a culpa foi minha.
Num demorou muito tempo,
Papai do céu veio, e levou minha mãezinha.
Mas eu chorei tanto seu moço, tanto...
Falei prá ela que eu perdoava, era só ela ficar de pé.
Mas ela nem me ouviu, nem quis saber,
Me viu chorando e nem me chamou pra fazer cafuné.
Seu moço, eu tô tão arrependido do que falei,
Num sei prá que fui falar que num perdoava,
Tanto que ela me pediu, me avisou,
Se eu num perdoasse, o papai do céu levava.
Olha seu moço, por isso eu peço pra você:
Se sua mãezinha lhe bater, perdoe na merma hora.
Porque se a minha tivesse aqui, podia me bater o quanto quisesse.
Que eu perdoava, só prô papai do céu num levar ela embora.
Porque depois que ela foi, a vida perdeu a graça,
Perdi a vontade de viver, nunca mais eu tive alegria,
Nunca mais ninguém me pegou no colo,
Nem me fez cafuné como mamãe fazia.
Francis Gomes
techekos@ig.com.br
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