Os meus primeiros acordes na vida, foram ouvindo
as mais originais interpretações musicais.
No alpendre da minha casa, sobre um violão de sons
grotescos, debruçava-se a figura imperiosa
de Vicente Manoel dedilhando Sons de Carrilhões,
como se o espírito de Dilermando Reis ali tivesse incorporado.
Ao entardecer, a Ave Maria soava na rouquidão
de majestosas amplificadoras sob o domínio
de Roldão, na abertura para o belo desfile
de enamorados, que se revezavam nos olhares
e nas procuras, tentando descobrir um lindo e eterno amor.
Nas feiras, Jacó encantava as rodas de curiosos
com a briga do cachorro e da onça,
fazendo a rabeca interpretar as mais violentas
fazendo a rabeca interpretar as mais violentas
pelejas, que o imaginário popular pudesse alcançar.
Na igreja, Seu Augusto Moreira fazia da harmônica,
o prelúdio de uma entrada para o céu,
nos agradecimentos daqueles que tiveram a benção
nos agradecimentos daqueles que tiveram a benção
divina, de terem sido salvos pela sua mão milagrosa.
Na esbórnia do Rabo da Gata, as figuras pitorescas
das cachaçadas ao som frenético do oito baixos
nos domínios de Miro e Chiquinha de Zeca, pareciam
os sorteados dos bailes do Cramunhão.
E para emoldurar esse passeio musical,
nosso grande mestre Aluisio, que comandando
a trupe familiar, mais Zé Preto, Mundinho Nunes,
Chico Pontes, Eudócio, e outras grandes estrelas,
iluminavam com maestria o nosso cenário musical.
Elmano Rodrigues Pinheiro
Um comentário:
Elmano, esse texto foi publicado no Jornal Farias Brito em notícias! Com foto e tudo e com o seu nome! Valeu.
Postar um comentário