Nas cidades do interior, uma marca muito forte
fica gravado na memória da sua existência:
as famílias com suas histórias.
Farias Brito não seria exceção.
Dezenas, uma com maior ou menor expressão,
deixaram bons contos e boas lembranças,
que merecem serem revividas.
Tive a sorte de quando criança ter conhecido umas
das mais belas figuras da época, que significava
muito na vida de Quixará.
Apesar de cegueira, seu Epifânio destacava-se
pela sua presença altiva, e pelo seu bom papo na roda
de amigos, e por alguns dons mais perceptíveis
nas pessoas que sofrem com alguma deficiência,
e que a natureza divina os faz especiais ,
em função da necessidade da sua convivência humana.
Conhecia e lidava com o dinheiro, como qualquer pessoa
que tivesse a visão normal, recebendo e dando troco
a qualquer pagamento que se fizesse necessário.
Reconhecia as pessoas que passavam pelas ruas,
apenas pelo ruído do seu caminhar, os saudando sempre,
antes que os outros o fizessem.
Teve entre seus filhos figuras de grande destaque,
uns pela beleza física, outro pela inteligência rara,
dos quais citamos, Carmosa, Ieda, Ademar, Aderson,
e o grande Luiz, que até hoje vive no nosso meio
a dar pinceladas de conhecimento, a quem
com ele tenha uma amizade pura e sincera.
Do cego Epifanio se guardará sempre esse registro
de uma passagem sem mácula, e que ficará vivo,
até desaparecer o último sobrevivente da história bonita,
do grande Quixará.
Elmano Rodrigues Pinheiro
Elmano Rodrigues Pinheiro
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